BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu nesta quarta-feira pedido do novo advogado do presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós, para que ele tenha acesso a informações da delação premiada do empresário Lúcio Funaro que envolvem especificamente o seu cliente.
A delação de Funaro que está sob sigilo. Fachin também permitiu que o advogado possa obter informações integrais de todos os documentos que instruem o inquérito no qual Temer foi denunciado há duas semanas por organização criminosa e obstrução de Justiça.
O ministro do Supremo destacou, em sua decisão, que o plenário da corte já decidiu em março de 2016 que um denunciado não pode ter acesso irrestrito a todos os documentos prestados em uma delação premiada nos casos da colaboração que contenha diversos depoimentos. O acesso, segundo entendeu o STF, limita-se aos elementos da delação que lhe digam respeito.
Carnelós substituiu o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira na defesa do presidente no caso da última denúncia feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente. Mariz pediu para não atuar nessa defesa pelo fato de já ter advogado para Funaro.
(Reportagem de Ricardo Brito)