WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou na terça-feira notícias publicadas na mídia norte-americana de que o procurador especial dos EUA, Robert Mueller, compilou uma lista de mais de 40 perguntas para serem feitas ao presidente, como parte de sua investigação sobre a interferência eleitoral da Rússia.
A lista de pelo menos quatro dúzias de perguntas de Mueller inclui as do relacionamento de Trump com a Rússia e outros para determinar se o presidente obstruiu o inquérito em si, informou o New York Times na segunda-feira. O Wall Street Journal também relatou as possíveis questões.
Mueller está investigando a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016, se Moscou conspirou com a campanha de Trump e se o presidente tentou ilegalmente obstruir a investigação.
A Rússia negou a intromissão na eleição dos EUA, enquanto Trump disse que não houve conluio e que a investigação deveria ser encerrada.
"Tão vergonhoso que as perguntas sobre a caça às bruxas russa foram 'vazadas' para a mídia. Não há perguntas sobre o conluio", escreveu Trump em um post no Twitter.
"Parece muito difícil obstruir a justiça por um crime que nunca aconteceu!" Trump disse em outro.
Sob a lei federal, obstrução da justiça é o ato de intencionalmente impedir o processo judicial. Um crime não precisa necessariamente ser provado.
A lista de perguntas não usa o termo "conluio", mas as perguntas incluem se o presidente sabia sobre o hacking russo, o uso das mídias sociais e "outros atos direcionados à campanha", de acordo com o Times.
Representantes do Gabinete do Conselho Especial se recusaram a comentar as questões relatadas.
A maioria das questões está relacionada a possíveis obstruções à justiça, de acordo com os relatórios.
A lista inclui investigações sobre as demissões por Trump do ex-diretor do FBI James Comey, que liderou a investigação russa antes de ser demitido em maio de 2017, e do ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn, informou o Times.
Mueller foi nomeado pelo vice-procurador-geral Rod Rosenstein em maio de 2017, após Comey ser demitido.
O escritório do Procurador Especial também quer perguntar sobre o tratamento dado por Trump ao procurador-geral Jeff Sessions e sobre uma reunião na Trump Tower entre funcionários de campanha e um advogado russo que ofereceu informações sobre sua oponente democrata, Hillary Clinton, entre outras discussões e eventos.
Os investigadores de Mueller leram as perguntas aos advogados de Trump, segundo o Times, que disse ter obtido a lista de uma pessoa de fora da equipe jurídica de Trump.
O jornal disse na terça-feira que a equipe jurídica de Trump se reuniu com Mueller na semana passada para discutir uma entrevista com Trump.
(Por Makini Brice)