Por Susan Cornwell e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - O republicano Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos na terça-feira, terá maioria republicana nas duas Casas do Congresso quando assumir em janeiro e uma provável lua de mel inicial no Capitólio em diversos assuntos, mas um romance a longo prazo deve ser mais desafiador.
Sob circunstâncias normais, um presidente cujo partido controla o Senado e a Câmara dos Deputados pode contar que as coisas sejam feitas com maior rapidez e Trump não será uma exceção, mas ele terá um início com circunstâncias incomuns.
Muitos colegas republicanos no Congresso só apoiaram Trump após ele se tornar o candidato do partido. Alguns não chegaram a apoiar. Ele ofendeu e atacou alguns deles na campanha, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan.
Além disso, o empresário de Nova York e ex-celebridade de reality show, que irá comandar o governo mais poderoso e maior economia do mundo, não possui experiência de governo.
"O presidente Ryan ligou para Donald Trump mais cedo nesta noite e os dois tiveram uma boa conversa. O presidente parabenizou Trump", disse a porta-voz de Ryan, Ashlee Stronge.
Trump e a liderança republicana no Congresso concordam em ao menos uma grande mudança política: eles querem revogar a lei de saúde do presidente democrata Barack Obama, conhecida como Obamacare, decretada em 2010.
"Entendo que a primeira coisa que um Congresso republicano irá fazer é revogar o Obamacare", disse o deputado republicano de Oklahoma, Tom Cole, aliado de Ryan, em entrevista na segunda-feira.
Tal medida afetaria o sistema de saúde norte-americano e o setor de seguros, que têm amplamente pedido reformas parciais no Obamacare, embora não seja uma rejeição completa.
Além de acabar com o Obamacare, Trump em geral possui a mesma posição de republicanos no Congresso ao pedir maiores cortes de impostos, incluindo aqueles para os ricos, embora detalhes para os planos não sejam iguais.
Trump pediu um corte para 15 por cento na alíquota do Imposto de Renda das empresas norte-americanas, ante os 35 por cento atuais; o plano proposto por Ryan prevê corte para 20 por cento.