Por Melissa Fares e Emily Stephenson
NOVA YORK/WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, delineou os planos para seu primeiro dia no cargo, incluindo a retirada do país de um grande acordo comercial internacional e a investigação de abusos de programas de vistos de trabalho, e ainda se reuniu com nomes cotados para postos-chave do governo em sua torre de escritórios em Manhattan.
Trump se encontrou na segunda-feira com a governadora de Oklahoma, Mary Fallin, com a deputada democrata Tulsi Gabbard e com o ex-governador do Texas Rick Perry, mas não anunciou outras entrevistas, mantendo aspirantes e público no suspense a respeito da configuração do gabinete que irá assumir em 20 de janeiro.
Fallin, Gabbard e Perry foram as mais recentes de dezenas de autoridades que cruzaram o saguão opulente da Trump Tower para conversar com o republicano recém-eleito em um processo de transição relativamente aberto, e incomum, desde sua vitória eleitoral no dia 8 de novembro.
Trump, que não fez nenhuma coletiva de imprensa desde a eleição, divulgou um vídeo na noite de segunda-feira no qual delineia alguns de seus planos para seu primeiro dia na Casa Branca, entre eles declarar formalmente sua intenção de tirar os EUA da Parceria Transpacífica (TPP), que classificou como "um desastre em potencial para nosso país".
Acordo de 12 nações, o TPP é a principal bandeira do presidente democrata Barack Obama na arena do comércio exterior e foi assinado pelos EUA no começo deste ano, mas o Senado norte-americano ainda não o ratificou.
O presidente eleito disse que irá substituí-lo por acordos comerciais negociados de forma bilateral que irão "trazer empregos e indústrias de volta às terras norte-americanas".
"Minha pauta será baseada em um princípio central simples: colocar a América em primeiro lugar. Seja produzindo aço, fabricando carros ou curando doenças, quero que a próxima geração de produção e inovação aconteça bem aqui em nossa grande terra natal, a América, criando riqueza e empregos para os trabalhadores norte-americanos", afirmou.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que o TPP "não fará sentido sem os Estados Unidos".
Trump fez da eliminação de regulamentações e da saída do TPP temas centrais de sua campanha, mas deu sinais contraditórios sobre suas opiniões a respeito de programas de vistos de trabalho, entre eles o que contempla funcionários do setor de alta tecnologia.
(Reportagem adicional de Doina Chiacu, Susan Heavey, Mohammad Zargham, Eric Walsh, Susan Cornwell e Patricia Zengerle)