🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

CPI da Covid pede indiciamento de Bolsonaro por 3 crimes contra humanidade e outros

Publicado 20.10.2021, 13:54
© Reuters. Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro lembra a marca de 600 mil mortes no Brasil pela Covid-19
08/10/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou nesta quarta-feira o seu relatório e anunciou que o presidente Jair Bolsonaro será alvo de três pedidos de indiciamentos por crimes contra a humanidade, além de diversos outros crimes.

Ao abrir sua leitura em sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, o relator afirmou que o resultado da CPI demonstra a omissão do governo e a intenção clara de expor a população ao coronavírus para atingir a imunidade de rebanho.

"Após seis meses de intensos trabalhos, esta Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia colheu elementos de prova que demonstraram sobejamente que o Governo Federal foi omisso e optou por agir de forma não técnica e desidiosa no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, expondo deliberadamente a população a risco concreto de infecção em massa", disse Renan.

O senador elencou a existência de um gabinete paralelo formado por médicos, políticos e empresários, para assessorar o presidente, o incentivo para que as pessoas negassem medidas como uso de máscara e adotassem o "tratamento precoce" com medicamentos sem eficácia, e a resistência à compra de vacinas como as provas de que o governo, e especificamente Bolsonaro, apostavam na imunidade natural de rebanho.

"Essa estratégia (da imunidade de rebanho) levou o presidente Jair Bolsonaro a resistir obstinadamente à implementação de medidas não farmacológicas, tais como o uso de máscara e o distanciamento social e, sobretudo, a não conferir celeridade na compra de imunizantes, mas, em sentido oposto, a dar ênfase a cura via medicamentos, por meio do chamado 'tratamento precoce'", disse Renan.

De acordo com o relator, Bolsonaro usou a máquina pública para incentivar que a população seguisse com sua rotina normal, mesmo tendo informações sobre os riscos.

"A ênfase do governo foi em proteger e preservar a economia, bem como em incentivar a manutenção das atividades comerciais, inclusive, com propaganda oficial apregoando que o Brasil não poderia parar", lembrou.

MUDANÇAS

Renan fez mudanças de última hora em seu relatório depois de uma jantar na noite de terça-feira em que os senadores independentes e de oposição se reuniram para aparar arestas.

Renan abriu sua apresentação com as justificativas para as alterações. Segundo o relator, havia dúvidas sobre a caracterização do crime de genocídio de indígenas, daí a opção por incluir mais um crime contra humanidade no texto final.

De acordo com Renan, foi durante a reunião que foi decidido trocar o pedido de indiciamento de Bolsonaro por genocídio de indígenas por crime contra a humanidade para tipificar melhor os crimes.

Além da questão indígenas, os outros pedidos de indiciamento por crimes contra a humanidade dizem respeito aos casos da falta de oxigênio em Manaus e da empresa Prevent Sênior, que utilizou um tratamento contra a Covid com medicamentos sem eficácia, que é defendido por Bolsonaro e por apoiadores.

Também foi retirado o pedido de indiciamento por crime de homicídio qualificado contra o presidente devido às argumentações técnicas do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), delegado por mais de duas décadas.

"Retiramos o crime de homicídio, nos rendemos aos argumentos técnicos e indiscutíveis do Senador Alessandro Vieira. Eu queria aproveitar a oportunidade para dizer que a posição do Alessandro, tecnicamente defensável, é a posição deste Relator e desta Comissão Parlamentar de Inquérito", disse Renan.

© Reuters. Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro lembra a marca de 600 mil mortes no Brasil pela Covid-19
08/10/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino

"Eu concordei com as mudanças no relatório, todos nós fizemos concessões."

O presidente também é alvo de pedidos de indiciamento pelos seguintes crimes: epidemia, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, violação de direito social, incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo e crime de responsabilidade.

Também foi retirado o indiciamento do pastor evangélico Silas Malafaia, acusado inicialmente de incitação ao crime por divulgar notícias falsas. Renan não explicou o porquê da retirada de Malafaia do relatório.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.