O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou nesta quinta-feira, 19, que conversou ontem com o secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, sobre o Porto de Santos. O diálogo aconteceu após o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tratar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tema na semana passada. Na ocasião, ao Broadcast, Tarcísio afirmou que Lula não fechou as portas para o projeto de privatização, apesar de reconhecer que o assunto é sensível para o governo petista. Hoje, França voltou a dizer que descarta a venda da autoridade portuária, mas admite a possibilidade de serviços específicos, hoje controlados pela estatal, serem concedidos.
"A tese vencedora das eleições é contrária a essa lógica de venda da autoridade portuária. Discutimos sobre a privatização dos serviços que podem eventualmente, serviços novos como, por exemplo, dragagem", disse França a jornalistas após sair de reunião com a número 2 da Casa Civil, Miriam Belchior.
Ele ainda afirmou que na próxima semana serão convocados os conselhos portuários para que o governo possa fazer as alterações nas direções das companhias docas. "Como nós não fizemos alterações nas autoridades portuárias, os diretores que estão são os mesmos que estavam, a partir dessa semana, com as alterações, semana que vem estarão convocados todos os conselhos portuários para alterar as direções portuárias, e aí começamos do nosso jeito", disse.
Sobre a conversa com Kassab sobre o Porto de Santos, afirmou que o diálogo foi para fazer uma aproximação de ideias e conceitos. "Tenho impressão de que o próprio governador Tarcísio compreende que, como houve uma alteração eleitoral, as lógicas de você privatizar autoridade estão superadas", disse.
Ele ainda citou o projeto do túnel seco entre Santos e Guarujá, empreendimento que estava incluído na modelagem de privatização do Porto. Segundo ele, "basta licitar". "É uma obra que o governo do Estado fez o projeto básico executivo. Basta licitar. Se a gente puder, seria um grande feito, começar com uma obra desse porte", disse França. Como já mostrou o Broadcast, uma das ideias de Tarcísio de Freitas para o túnel seco, caso a privatização do porto não fosse encaminhada, era de fazer uma Parceria Público-Privada (PPP) para viabilizar a obra, que tem VPL negativo.
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