O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, negou nesta segunda-feira, 5, que o governo ignore o tema da bioeconomia, porém considerou que o conceito de sistemas de produção baseados na substituição de recursos fósseis e não renováveis é atualmente apenas uma "miragem" diante da falta de incentivos para atração de capital privado.
"Nós acordamos para a bioeconomia, mas hoje é uma miragem", afirmou o ministro, aproveitando para questionar por que os governos anteriores não investiram na transição à economia de baixo carbono embora tivessem, citando o "governo do PT", apoio no Congresso e situação orçamentária "invejável".
Salles fez o comentário durante live sobre desenvolvimento sustentável na Amazônia transmitida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na qual disse não ser contra pesquisas, e "muito menos" contra a ciência. No entanto, avaliou que o norte das pesquisas é dado pelo mercado, e no Brasil falta incentivo, como planejamento tributário, isenções e facilitação de patentes, para atrair o investimento privado no desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia.
"Se você tem uma mentalidade contra setor privado, você cria regras e mecanismos burocráticos, que é uma forma de evitar que o setor privado entre na região", assinalou Salles.