Investing.com - As ações da Natura (SA:NATU3) são negociadas em alta na manhã desta quinta-feira na B3, depois de a companhia reportar lucro e resultado operacional abaixo das estimativas de analistas no terceiro trimestre, em meio a maiores investimentos e despesas não recorrentes com a compra da rival Avon. A fabricante brasileira de cosméticos anunciou que seu lucro líquido somou R$ 68,6 milhões no período, queda de 48,4% ante mesma etapa de 2018 e bem abaixo da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de R$ 145,6 milhões.
Mesmo assim, por volta das 11h50, os papéis eram negociados com alta de 1,28% a R$ 32,50.
Já o resultado medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 398,9 milhões entre julho e setembro, declínio de 17,4% ano a ano e menor do que os R$ 480,3 milhões da pesquisa Refinitiv. Em termos ajustados, o Ebitda encolheu 3,4%, a R$ 459,3 milhões.
A receita líquida consolidada da companhia subiu 7,2% no comparativo ano a ano, para R$ 3,47 bilhões, segundo a Natura (SA:NATU3), apesar do cenário desfavorável no Brasil e em Hong Kong, palco de prolongados protestos anti-China, que impactaram os negócios das marcas The Body Shop e Aesop.
Na outra ponta, as despesas financeiras líquidas foram de R$ 171,9 milhões, ante 163,9 milhões um ano antes, refletindo maiores custos financeiros devido à compra da Avon, anunciada em maio, numa operação em ações avaliada em cerca de US$ 2 bilhões.
Mais cedo, a Natura (SA:NATU3) informou que a compra da Avon foi aprovada por acionistas de ambas as empresas.
No relatório de resultados, o presidente do conselho de administração da Natura (SA:NATU3), Roberto Marques, atribuiu a queda no lucro e no Ebitda a “um aumento planejado e faseado de curto prazo nos investimentos da Natura em sua marca e em operações digitais, que viabilizará o seu crescimento futuro, e custos não recorrentes associados à aquisição da Avon”.
De todo modo, a alavancagem da Natura (SA:NATU3) medida pela relação dívida líquida/Ebitda, ficou em 2,98 vezes no fim do trimestre, comparado a 3,27 vezes no fim de setembro de 2018.
Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), apesar de os resultados do terceiro trimestre não tenham sido uma grande surpresa para as estimativas do banco e, apesar de uma tendência positiva da linha superior, a pressão da margem deve impedir uma reação positiva das ações. Enquanto isso, com a aprovação da fusão da Avon, as ações devem começar a negociar mais em sinergias e oportunidades de crescimento em potencial.
Dados os riscos de execução relacionados à recuperação da TBS e à integração da Avon (a partir de 2020), o BTG (SA:BPAC11) permanece à margem mantém a classificação Neutra para as ações da companhia.