Últimas Notícias
Investing Pro 0
O setor da IA está pegando 🔥 Desbloqueie as principais ações em InvestingPro Começar teste grátis

Arcabouço limita crescimento de despesa a 70% do avanço da receita; contas no azul em 2025

Publicado 29.03.2023 17:08 Atualizado 30.03.2023 08:48
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse artigo já foi salvo nos seus Itens salvos
 
© Reuters Arcabouço limita crescimento de despesa a 70% do avanço da receita; contas no azul em 2025

O projeto de novo arcabouço fiscal prevê a zeragem do rombo das contas do governo federal em 2024, segundo apurou o Estadão. A nova regra limita o crescimento da despesa a 70% do avanço das receitas do governo. Não está previsto nenhuma exceção nova à norma, que se aprovada pelo Congresso vai substituir o teto de gastos - mecanismo que desde 2017 atrela o crescimento das despesas à inflação.

Segundo as projeções do governo, com o novo arcabouço, as despesas vão crescer sempre menos que as receitas. Assim, a trajetória prevista pelo governo é de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. No último ano do governo Lula, em 2026, a projeção que consta no projeto é de um resultado no azul de 1% do PIB.

Integrantes da equipe econômica informaram à reportagem que o arcabouço terá essa regra de controle de gastos (que limita o crescimento das despesas a 70% do avanço das receitas) combinada com uma meta de superávit primário das contas públicas (quando as contas fecham no azul).

Dessa forma, quanto maior o crescimento do PIB e da arrecadação, mais espaço o governo terá para gastar. O projeto terá mecanismos de ajuste, chamados de "gatilhos", em caso de não atendimento da trajetória prevista - ou seja, de desvio da rota. Por outro lado, haverá um instrumento que impedirá aumento de gastos mais acelerado quando houver expansão significativa na arrecadação.

Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já tinha antecipado que a nova regra de controle das despesas seria vinculada a arrecadação, como mostrou o Estadão. Hoje, depois da reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada, as linhas gerais do projeto foram apresentadas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e às lideranças partidárias na Casa.

A zeragem do déficit das contas públicas em 2024, aprovada pelo presidente Lula na reunião, foi defendida pelos ministros da área econômica. Uma ala do governo queria um ajuste mais gradual com o fim do rombo das contas públicas somente em 2025, no terceiro ano do governo Lula. A velocidade do ajuste é um meio-termo entre o que o mercado financeiro esperava e o que ala política desejava, como chegou a comentar a ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Com o martelo batido pelo presidente, o ministro da Fazenda já começou hoje mesmo a buscar apoio para a aprovação do projeto do Congresso. Ele saiu da reunião com Lula para uma reunião com lideranças partidárias no Congresso. Ao longo dos próximos dias, depois do anúncio oficial, fará uma maratona para detalhar o desenho do arcabouço fiscal. Na área econômica, a ofensiva traçada é mostrar as qualidades da nova regra para não ocorrer uma desidratação do projeto no Congresso.

Como mostrou o Estadão no final de fevereiro, a promessa de Haddad de reduzir o rombo das contas do governo para 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 (R$ 100 bilhões) e zerar o déficit em 2024 estava por trás do fogo amigo de integrantes do PT à equipe econômica.

O assunto reverberou nas negociações dentro do governo para definição do novo marco fiscal para as contas publicas. Avaliação da maioria dos integrantes do partido no Congresso, o ajuste fiscal tem de ser gradual, ao longo do mandato de Lula, após o novo governo conseguir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que aumentou os gastos em 2023.

Para esse grupo, um ajuste mais gradual impediria a retração da economia e garantir um crescimento maior, que proporcionaria aumento da arrecadação e uma trajetória fiscal mais favorável. A visão é de que o governo pode conviver com rombos nas contas públicas por mais tempo. Essa visão ficou clara no debate organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) para discutir o novo arcabouço fiscal.

Esse grupo acreditava que a zeragem do déficit das contas públicas poderia ficar para 2025, o que retardaria ainda mais o processo de estabilização da trajetória de crescimento da dívida pública.

Lula deu aval à nova regra

"O ministro Haddad vai apresentar a Lira e Pacheco proposta já discutida com o presidente Lula. Lula autorizou Haddad a apresentar para as duas Casas para começar o mais rápido possível debate dentro do Congresso Nacional", disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

O ministro afirmou que Lula orientou Haddad a começar o debate no Congresso sobre o novo arcabouço. Segundo ele, existe um clima "muito positivo" para aprovação do texto e é importante definir um relator da matéria o mais rápido possível. "Temos conversado que relator tenha capacidade de diálogo com todos setores da Câmara e Senado", disse. Questionado sobre estimativa de prazo para aprovação da proposta no Congresso, Padilha reforçou que a expectativa é de que seja "o mais rápido possível".

De acordo com ele, a nova regra deve contar com instrumentos anticíclicos. Segundo o ministro, a nova âncora, que substituirá o atual teto de gastos, garantirá um "ambiente de previsibilidade". "O Congresso vai ter esse compromisso de aprovar regra que garante combinação de responsabilidade social com fiscal e dá inclusive mais previsibilidade", disse. (Colaboraram Giordanna Neves e Iander Porcella)

Arcabouço limita crescimento de despesa a 70% do avanço da receita; contas no azul em 2025
 

Artigos Relacionados

Adicionar comentário

Diretrizes para Comentários

Nós o incentivamos a usar os comentários para se engajar com os usuários, compartilhar a sua perspectiva e fazer perguntas a autores e entre si. No entanto, a fim de manter o alto nível do discurso que todos nós valorizamos e esperamos, por favor, mantenha os seguintes critérios em mente:

  • Enriqueça a conversa
  • Mantenha-se focado e na linha. Só poste material relevante ao tema a ser discutido.
  • Seja respeitoso. Mesmo opiniões negativas podem ser enquadradas de forma positiva e diplomática.
  • Use estilo de escrita padrão. Incluir pontuação e letras maiúsculas e minúsculas.
  • NOTA: Spam e/ou mensagens promocionais ou links dentro de um comentário serão removidos.
  • Evite palavrões, calúnias, ataques pessoais ou discriminatórios dirigidos a um autor ou outro usuário.
  • Somente serão permitidos comentários em Português.

Os autores de spam ou abuso serão excluídos do site e proibidos de comentar no futuro, a critério do Investing.com

Escreva o que você pensa aqui
 
Tem certeza que deseja excluir esse gráfico?
 
Postar
Postar também no :
 
Substituir o gráfico anexado por um novo gráfico?
1000
A sua permissão para inserir comentários está atualmente suspensa devido a denúncias feitas por usuários. O seu status será analisado por nossos moderadores.
Aguarde um minuto antes de tentar comentar novamente.
Obrigado pelo seu comentário. Por favor, note que todos os comentários estão automaticamente pendentes, em nosso sistema, até que aprovados por nossos moderadores. Por esse motivo, pode demorar algum tempo antes que o mesmo apareça em nosso site.
Comentários (125)
Dirceu Vivan
Dirceu Vivan 31.03.2023 7:22
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Governo não vai cortar despesas. Na verdade agora não existe mais despesa, agora é investimento. Todes vão pagar a conta.
Cesar Romano
Cesar Romano 31.03.2023 5:59
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
coelho da pascoa
Luiz Geraldo Pinto
Luiz Geraldo Pinto 31.03.2023 5:06
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
A sensação é pagaremos mais impostos e continuarão gastando sem responsabilidade, inclusive com as PECs , a exemplo do início do mandato. Até parece que viraram santos de uma hora para outra
Anderson Honjoya
Anderson Honjoya 31.03.2023 5:06
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Rodrigo Thomaz
Rodrigo Thomaz 30.03.2023 21:23
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Me admira muito investidores não saberem o básico de economia, vão pra poupança
Jader Gondim
Jader Gondim 30.03.2023 20:10
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Alô você que declara Pró-labore de 2k reais e tira os outros 20k como lucro, não pagando imposto. A festa acabou. Vai entrar no IR igual a todo trabalhador formal... Vc que está lucrando com jogos eletrônicos, vai entrar no IR. Vc que tem fortunas em paraísos fiscais vai pagar imposto se esse dinheiro entrar no Brasil. Não tem ICMS nem aumento de imposto. Tem várias manobras contábeis que serão ajustadas... Não acredita? kkkk
Jader Gondim
Jader Gondim 30.03.2023 20:10
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Benedito Salgado
Benedito Salgado 30.03.2023 18:57
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Resumindo , estamos fudidos!!
pericles periclesplb
pericles periclesplb 30.03.2023 16:28
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Selic ideal a 26,50% - assim disse hoje o Presidente do BACEN - o pior de todos os tempos!!!
Luiz Antônio Ferreira
Luiz Antônio Ferreira 30.03.2023 14:51
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Pensem comigo . Se as despesas com Programas Sociais Populistas estão aumentando muito, a única forma de cumprir o limitador proposto de 70% seria com incremento significativo dos Impostos.
Coronel Fagundes
Coronel Fagundes 30.03.2023 13:48
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Pobre da geração mito, chorando pq o governo falou em taxar grandes fortunas, se acalmem, isso só é feito em países sérios.
Gustavo Felicio de Sá
Gustavo Felicio de Sá 30.03.2023 13:48
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
não vai dar tempo grande fortunas estão muito bem protegidas , quem vái pagar as contas é o de sempre o povo assalariado , vai ser mais 4 anos de recessão brasileira
Ronaldo Oliveira Silva
Ronaldo Oliveira Silva 30.03.2023 13:29
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Como atrelar superavit com percentuais de crescimento das receitas ????. Só louco para imaginar que veremos as receitas crescerem nesse governo de estrume.
Douglas Sathler
Douglas Sathler 30.03.2023 13:29
Salvo. Ver Itens salvos.
Esse comentário já foi salvo nos seus Itens salvos
Sai dessa jovem. Estude e seja mais serio. Esse negocio de mito ja deu…
 
Tem certeza que deseja excluir esse gráfico?
 
Postar
 
Substituir o gráfico anexado por um novo gráfico?
1000
A sua permissão para inserir comentários está atualmente suspensa devido a denúncias feitas por usuários. O seu status será analisado por nossos moderadores.
Aguarde um minuto antes de tentar comentar novamente.
Anexar um gráfico a um comentário
Confirmar bloqueio

Tem certeza de que deseja bloquear %USER_NAME%?

Ao confirmar o bloqueio, você e %USER_NAME% não poderão ver o que cada um de vocês posta no Investing.com.

%USER_NAME% foi adicionado com êxito à sua Lista de bloqueios

Já que acabou de desbloquear esta pessoa, você deve aguardar 48 horas antes de bloqueá-la novamente.

Denunciar esse comentário

Diga-nos o que achou desse comentário

Comentário denunciado

Obrigado!

Seu comentário foi enviado aos moderadores para revisão
Cadastre-se com Google
ou
Cadastre-se com o e-mail