Eduardo Bielsa.
Madri, 17 fev (EFE).- A Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madrid (ARCO), que abriu suas portas no último dia 13 e se estende até este domingo, parece ter superado as adversidades da crise econômica com uma clara e nova aposta: impulsionar as vendas online através de um serviço cada vez mais personalizado.
Os programas First Collectors e ARCO Collect online são as duas grandes novidades neste aspecto. A venda digital ou um serviço de assessoria para os mais principiantes aparecem como importantes tentativas de captar novos mercados emergentes, como o da China e o da Rússia, com base nas técnicas e movimentos do século XXI.
Assim, a 32ª edição da ARCO viu nascer a ARCO Collect online, uma plataforma virtual de venda que, com a colaboração da Paddle 8, coloca à venda uma seleção de obras procedentes de todo o mundo até o próximo dia 24.
Segundo Glenda Cortés, criadora do projeto junto à curadora Tânia Pardo, essa iniciativa surgiu no último ano a partir de umas conversas com o atual diretor da feira, Carlos Urroz.
"Ele tinha a inquietação de dar a ARCO uma extensão global", afirma Glenda, que também ressalta que a internet foi o veículo que conseguiu reunir todas aquelas pessoas e galerias, nacionais e internacionais, que não puderam comparecer à feira de arte contemporânea.
Através do site (arcomadrid.paddle8.com), a ARCO Collect online põe à disposição do público uma autêntica galeria online, a qual também conta com um espaço físico em Ifema, lugar onde se reúnem colecionadores e curiosos.
Neste aspecto, Glenda também ressalta que a única forma de compra possível é através da rede, algo que não desagrada nem os mais céticos às vendas digitais, já que os mesmos poderão contar com a ajuda dos assistentes que se encontram em Madri.
De acordo com a diretora do projeto, as galerias estão "muito contentes" com o resultado, algo que também é compartilhado por Elisa Hernando, da empresa de consultoria Arte Global, que, junto com a ARCO, oferece apoio a todos os visitantes da feira que necessitam de assessoria na escolha e aquisição das obras.
"Nós trabalhamos com uma seleção personalizada", aponta Elisa, que se encarrega de elaborar um dossiê totalmente gratuito a todos aqueles que necessitam do serviço, geralmente iniciado antes do início da feira.
"Meu trabalho é elaborar um plano de visita para localizar o que o cliente deseja mais rapidamente. Este ano, por exemplo, a ARCO conta com 201 galerias participantes", aponta Elisa.
"Embora a maioria das pessoas que atendemos seja espanhola, também temos consultas vindas da Itália e da França", completa a representante, que, através da Arte Global, realiza reuniões prévias com todos eles para conhecer seus gostos e, o principal, o orçamento disponível.
Em um ano no qual 66% da feira vêm da participação estrangeira, a necessidade de encontrar um horizonte para alavancar as vendas estagnadas por um mercado em plena crise é algo notório, além do aumento do Imposto do Valor Agregado (IVA).
Independente do momento do mercado, Elisa antecipa que cada vez há mais clientes que fazem uso deste serviço, que, somado à recém-nascida plataforma de venda online, tratará de pôr um ponto final a uma crise que não distingue culturas. EFE