Por Isla Binnie
ROMA (Reuters) - Dois grandes sindicados italianos realizavam uma greve nacional nesta sexta-feira, no mais recente de uma série de protestos contra os planos do primeiro-ministro Matteo Renzi de reformar as leis trabalhistas e tornar mais fácil para as empresas demitir trabalhadores.
Renzi, que enfrenta resistência tanto dos sindicatos como de alguns integrantes de seu Partido Democrático, de centro-esquerda, prometeu seguir em frente com reformas na frágil economia italiana, que se encaminha para um terceiro ano seguido de contração.
O principal alvo das manifestações desta sexta é o "Ato Trabalhista" do premiê, que tem como objetivo afrouxar as restrições para demissões de funcionários quando as empresas enfrentam uma crise e enfraquece o direito de protestar contra demissões ilegais.
Com o desemprego em nível recorde e a falta de trabalho entre os jovens chegando a 40 por cento, os sindicatos dizem que as reformas e cortes de gastos estão punindo injustamente os trabalhadores e não serão úteis para retomar o crescimento.
"O governo precisa mudar suas políticas para o emprego", disse Susanna Camusso, chefe do CGIL, o maior sindicato da Itália. "O Ato Trabalhista e o orçamento não fazem nada para recuperar a economia e criar empregos."
Com a Itália sob pressão crescente para cumprir as metas de déficit e dívida da União Europeia, o progresso de Renzi está sendo monitorado pelos parceiros da UE. A Comissão Europeia e a chanceler alemã, Angela Merkel, cobraram ações mais rápidas de Roma.
A greve dos sindicatos CGIL e UIL atingiam os serviços de transportes, hospitais, escolas e da administração pública na Itália. Mais de 50 protestos estavam planejados no país.
(Reportagem adicional de Antonio Denti)