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Mais um armador pede concordata por queda nos fretes marítimos

Publicado 18.02.2015, 12:02
© Reuters.  Mais um armador pede concordata por queda nos fretes marítimos

CINGAPURA (Reuters) - Um segundo armador especializado em granéis sólidos pediu concordata após um colapso nos preços de frete que forçou muitas companhias a desativar navios usados para carregar minério de ferro, carvão e grãos ao invés de afretar as embarcações com prejuízos.

Uma demanda mais fraca da China e um excedente de oferta de navios levaram à pior crise do setor em 30 anos, derrubando o índice Baltic de fretes de granéis sólidos, a principal referência para a indústria de transporte marítimo, a uma mínima histórica.

A chinesa Winland Ocean Shipping Corp pediu em 12 de fevereiro proteção contra credores, mostraram documentos jurídicos, na segunda concordata solicitada neste mês.

"Devido às atuais condições de mercado, a posição financeira da companhia e de suas subsidiárias deteriorou-se, levando a dificuldades imediatas", diz a empresa no documento, acrescentando que, portanto, pediu proteção contra credores.

A companhia privada dinamarquesa Copenship também pediu concordata no início de fevereiro, devido a perda no mercado de granéis sólidos.

"A combinação de menor demanda por aço na China e uma enorme volume de capacidade de carga chegando ao mercado é o que está causando pânico e fazendo deste o pior momento do mercado de granéis desde meados da década de 1980", disse Hsu Chih-chien, presidente do Conselho de Administração do armador Courage Marine, com ações listadas em Hong Kong e Cingapura.

As importações da China caíram 19,9 por cento em janeiro na comparação com um ano antes, em meio à menor taxa de crescimento no país em 24 anos.

O preço do frete para levar um carregamento de carvão em um navio panamax da Indonésia para o sul da China está atualmente em 3 mil dólares por dia, ante mais de 6 mil dólares um ano atrás.

O índice Baltic caiu em quase dois terços nos últimos 15 meses.

Para agravar o cenário, a frota marítima está crescendo. O número de navios tipo capesize e panamax encomendados para os próximos três anos equivale a 39 por cento da frota atual, segundo a empresa de serviços marítimos Clarkson. Enquanto isso, o comércio marítimo de granéis sólidos subiu apenas 4 por cento no ano passado.

Como resultado, dezenas de navios capesize e panamax estão parados perto de Cingapura, Hong Kong e na costa da África do Sul, segundo dados de rastreamento por satélite da Reuters.

(Por Keith Wallis e Henning Gloystein; reportagem adicional de Jonathan Saul, em Londres)

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