Por Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - A guerrilha colombiana Farc ameaçou nesta quinta-feira acabar com a trégua unilateral implantada desde dezembro se o governo do presidente Juan Manuel Santos não parar os ataques militares aos rebeldes.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) convocaram a trégua no Natal e Santos respondeu no dia 10 de março, anunciando que as Forças Armadas colombianas iriam parar os bombardeiros aéreos por um mês, dizendo que o ato seria estendido se as Farc continuassem o cessar-fogo.
A guerrilha, no entanto, criticou o Exército colombiano por realizar manobras ofensivas. Um dia antes de Santos anunciar a pausa nos bombardeiros aéreos, o Exército colombiano disse que matou o comandante das Farc José David Suárez, líder de uma frente rebelde perto da fronteira com o Panamá.
"Estamos pedindo ao presidente Santos para fazer algo para salvar a trégua unilateral pedida pelas Farc. Pare as operações militares contra a guerrilha agora", disse o líder rebelde Iván Márquez a repórteres em Havana, local das conversas de paz.
O governo de Santos e as Farc estão se encontrando em Cuba há cerca de dois anos e meio na tentativa de terminar a guerra mais longa da América Latina, que já matou mais de 220 mil pessoas e deslocou milhões desde 1964.
Negociadores de paz chegaram a acordos parciais sobre reforma agrária, o fim ao tráfico de drogas e a participação de ex-rebeldes na política. No momento, estão discutindo sobre reparações às vítimas e desmobilização dos rebeldes.
Em um acordo separado, o governo e a guerrilha anunciaram um esforço conjunto para começar a remover minas terrestres espalhadas pelo país.