Por Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) - O primeiro-ministro da Tunísia, Habib Essid, demitiu seis comandantes da polícia nesta segunda-feira, incluindo o chefe da segurança turística, após um ataque militante contra o museu nacional, na semana passada, no qual 20 visitantes estrangeiros foram mortos.
O porta-voz do gabinete do premiê, Mofdi Mssedi, disse que entre os seis estão um chefe da brigada de inteligência, o chefe de polícia do distrito de Túnis, o comandante da polícia de trânsito, um chefe de segurança do Museu do Bardo e um comandante do distrito de Sidi Bachir, também na capital, Túnis.
"O primeiro-ministro Habib Essid visitou o Museu do Bardo ontem e tomou nota de várias falhas de segurança ali", disse Mssedi.
Militantes armados mataram 20 turistas estrangeiros, incluindo japoneses, poloneses, italianos e espanhóis, na quarta-feira passada, quando desciam de ônibus diante do museu, localizado dentro do complexo que abriga o Parlamento e que normalmente conta com forte segurança.
Foi o pior ataque em mais de uma década na Tunísia, e um teste para a jovem democracia do país norte-africano quatro anos após a revolta que derrubou o autocrata Zine El-Abidine Ben Ali e abriu caminho para eleições livres.
Um policial que trabalhava no museu foi preso por abandonar seu posto durante o atentado, de acordo com a mídia local. As autoridades não confirmaram a prisão de imediato.
O presidente do Parlamento do Japão, Kazuyuki Nakane, visitou a Tunísia nesta segunda-feira para discutir o caso com o ministro das Relações Exteriores tunisiano.
"Oferecemos nossos pêsames às famílias das vítimas japonesas", afirmou o titular da pasta, Taieb Baccouche, a repórteres do lado de fora da embaixada japonesa em Túnis.
Dignitários estrangeiros foram convidados a comparecer a uma passeata contra o terrorismo na capital tunisiana no domingo, ato semelhante à manifestação que a França realizou com líderes de todo o mundo em Paris após os ataques de militantes islâmicos contra o semanário satírico Charlie Hebdo em janeiro.
Dois atiradores foram mortos pela polícia no local do atentado, e as autoridades dizem estar procurando um terceiro suspeito. Até agora já foram presas mais de 20 pessoas, 10 das quais as autoridades acreditam estarem diretamente envolvidas no ataque. Algumas voltaram recentemente de combates junto a grupos militantes islâmicos na Síria, no Iraque e na Líbia.
Combatentes do Estado Islâmico nestes dois últimos países afirmaram que seus apoiadores realizaram a ação no museu, embora um grupo local filiado à Al Qaeda, conhecico como Okba Ibn Nafaa, também tenha divulgado detalhes e comentários sobre o ataque.
As autoridades declararam que os dois agressores mortos no atentado ao museu treinaram em campos jihadistas da Líbia depois de serem radicalizados em mesquitas locais por militantes recrutadores.