LONDRES (Reuters) - As autoridades do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, precisam estar "bastante confiantes" de que a inflação está caminhando de volta a 2 por cento antes de elevar a taxa de juros, disse nesta quarta-feira o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, defendendo o adiamento da elevação dos juros até a primeira metade do ano que vem.
"Não vejo razão convincente para que nós tenhamos pressa para apertar as condições financeiras até lá", disse Evans em declarações preparadas para o Fórum Oficial de Instituições Financeiras e Monetárias, em Londres.
Para Evans, os custos de elevar os juros cedo demais pesam muito mais que os de elevá-los tarde demais, especialmente dada a inflação fraca e uma taxa de desemprego que, em 5,5 por cento, ainda está acima do nível de 5 por cento que ele vê como sustentável.
E embora muitos de seus colegas estejam olhando além da recente forte alta no valor do dólar, Evans se preocupa que a "clara pressão desinflacionária" do dólar forte pode ser embutida nas expectativas e dificultar ainda que o Fed alcance sua meta de inflação de 2 por cento.
Para se sentir confortável em elevar os juros, ele precisaria ver uma alta no núcleo da inflação para acima do atual nível de 1,3 por cento, aumento no crescimento salarial para uma faixa de 3 a 4 por cento anualmente e alta nas expectativas de inflação.
"Acredito que devemos ser cautelosos em elevar a taxa de juros", disse Evans.
(Por Francesco Canepa e Ahmed Aboulenein)