Por Thomas Escritt
AMSTERDÃ (Reuters) - Quase todos os imigrantes que morreram em busca de uma vida melhor na Europa durante os últimos 25 anos desapareceram sem deixar rasto, de acordo com pesquisa divulgada por uma universidade holandesa nesta terça-feira.
Autoridades do sul da Europa encontraram os corpos de apenas 3.188 imigrantes entre 1990 e 2013, e acredita-se que cerca de 1.800 pessoas tenham morrido afogadas no Mediterrâneo somente este ano.
A pesquisa realizada pela Universidade Livre de Amsterdã foi a primeira em que pesquisadores estudaram registros de óbitos nos países do sul da Europa para estabelecer quantas mortes de imigrantes em trânsito foram computadas.
Os números estão sendo divulgados num momento em que os Estados membros da União Europeia discutem como distribuir os refugiados entre os 28 países do bloco. A Grã-Bretanha se opõe a um sistema de quotas.
Os perigos enfrentados por aqueles que fogem das guerras e de más condições de vida no Oriente Médio e norte da África foram destaque no mês passado, quando 900 pessoas se afogaram no Mediterrâneo depois que seu barco precário afundou durante viagem iniciada na Líbia. O incidente levou a pedidos de reforço em missões de resgate da UE, já que uma unidade semelhante da guarda costeira italiana foi suspensa no ano passado.
Evidências sem base científica que apontam para números ainda mais elevados desde a Primavera Árabe, em 2011, parecem refletir uma maior atenção da mídia para o fenômeno, segundo Thomas Spijkerboer, um professor que trabalhou no estudo.