Pequim, 12 ago (EFE).- O Banco Popular da China voltou a diminuir nesta quarta-feira, dessa vez em 1,62%, a taxa de câmbio de referência do iuane com relação ao dólar, após anunciar ontem uma reforma no sistema cambial que já implicou uma desvalorização de quase 2%.
O banco central chinês, que a cada dia estabelece uma taxa de câmbio de referência e permite que oscile até um máximo de 2% em relação a esse preço médio, justificou em comunicado sua decisão pela baixa cotação da moeda na véspera.
O novo mecanismo de fixação do tipo de câmbio do iuane obriga que a paridade central (o nome que as autoridades chinesas dão ao valor de referência diário fixado pelo Banco Popular) siga a evolução de seu preço real no mercado.
"A taxa de câmbio no fechamento de 11 de agosto foi de 6,3231 iuanes por dólar, desvalorizando-se 1,5% sobre a paridade central" do dia, assinalou o banco central chinês em seu comunicado.
Dessa forma, o Banco Popular situou hoje a taxa de câmbio de referência do iuane com o dólar em 6,3306, frente aos 6,2298 de terça-feira, o que representa um rebaixamento de 1,62%.
O banco central chinês definiu esta variação como "normal" e assegurou que "reflete não só a melhora da orientação rumo ao mercado, mas o papel-chave que desempenham a demanda e a oferta do mercado na formação da taxa de câmbio".
O emissor chinês também antecipou mais oscilações da taxa de câmbio que fixa a cada dia no curto prazo.
"Depois do anúncio da melhora da cotação de ontem (terça-feira), levará certo tempo para que os atores do mercado se ajustem à cotação e às práticas de troca, assim como para explorar e encontrar o preço de equilíbrio no mercado de divisas", comentou o banco central chinês.
O regulador afirmou esperar que, "após um curto período de adaptação", as oscilações do iuane convergirão "em uma área razoavelmente estável".
A reforma do sistema cambial chinês do terça-feira foi apresentada pelas autoridades chinesas como um movimento para dar um maior protagonismo às forças do mercado na hora de fixar a taxa de câmbio do iuane, que segue estando controlada por Pequim através da paridade.
Esta medida foi anunciada uma semana depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) propôs adiar a inclusão do iuane na cesta de divisas que formam sua moeda interna, chamada Direitos Especiais de Saque (SDR, sigla em inglês), para o que se requer ter sido qualificada pela instituição como de "uso livre".
No entanto, durante o fim de semana também foram divulgados os dados do comércio exterior da China em julho, que mostraram uma queda de 8,3% das vendas ao exterior do gigante asiático, razão pela qual alguns analistas veem na desvalorização do iuane um movimento para ajudar às empresas do país a exportar.
Os exportadores chineses se veem beneficiados pela desvalorização do iuane, já que barateia seus produtos e faz com que sejam mais vendidos no exterior.