BRASÍLIA (Reuters) - A CPI do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira por 15 votos a 9 requerimento para convocar os controladores do grupo JBS JBSS3 (SA:JBSS3).SA, os irmãos Wesley Batista e Joesley Batista.
Na mesma sessão, a CPI aprovou, mas sem agendar datas, a convocação de executivos da Marfrig (SA:MRFG3), do empresário Eike Batista, do grupo EBX; do ex-secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Ivan Ramalho e do ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini.
O requerimento, apresentado pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), afirma que as liberações de recursos do BNDES à empresa "coincidem com o aumento do volume das doações da JBS aos políticos".
"O grupo é poderoso demais, financiou muitos deputados. Houve uma blindagem", disse o deputado a jornalistas.
Ao fim da sessão, o deputado Jordy disse que vai reapresentar o requerimento para convocar os controladores da JBS. O parlamentar, porém, ainda não sabe quando o fará, pois é necessário um quórum qualificado para a reapresentação. "A gente vai estudar para não correr riscos", disse Jordy.
No fim do mês passado, em depoimento à CPI, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, negou que haja qualquer vínculo entre operações de crédito do BNDES com o grupo JBS e doações a campanhas eleitorais.
"Nos últimos dois anos não houve nenhuma operação de crédito significativa para o JBS e não há essa coincidência em 2014 entre desembolsos do banco e doações eleitorais efetuadas pelo grupo", disse Coutinho à CPI.
METRÔS
Na sessão desta quarta-feira, a CPI também aprovou requerimentos para investigar contratos dos metrôs de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
(Reportagem de Leonardo Goy)