BRASÍLIA (Reuters) - A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa solicitou nesta terça-feira a nomeação de outro relator para o processo que pede a cassação do mandato do peemedebista.
O pedido foi formulado pelo advogado Marcelo Nobre, que está cuidando da defesa de Cunha no conselho, e tem como argumento as declarações à imprensa do relator do caso, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), afirmando que seu parecer preliminar recomendaria o prosseguimento do processo contra Cunha.
Segundo Nobre a mudança de relator seria necessária por conta da "antecipação pública" do entendimento do relator.
Pinato argumentou, por sua vez, que se manifestou sobre o parecer preliminar, que trata da admissibilidade do processo, não do mérito das acusações contra Cunha. Na visão de Pinato, o relator pode se manifestar sobre a admissibilidade.
Cunha é acusado de ter mentido em depoimento dado neste ano à CPI da Petrobras (SA:PETR4) quando afirmou que não possui contas no exterior. Documentos dos Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça apontaram a existência de contas bancárias no nome de Cunha e de familiares no país europeu.
O presidente da Câmara também é alvo de inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por conta das contas na Suíça e de denúncia proposta pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo, que o acusa de ter recebido pelo menos 5 milhões de dólares em propina do esquema de corrupção na Petrobras.
Cunha nega todas as irregularidades.
(Reportagem de Leonardo Goy)