PEQUIM (Reuters) - A economia chinesa parece destinada a um começo difícil em 2016 após a atividade do setor industrial do país recuar pelo quinto mês consecutivo em dezembro, em um sinal de que o governo poderá ter que intensificar as políticas de estímulo para evitar uma desaceleração mais acentuada.
Apesar de o setor de serviços do gigante asiático terminar 2015 forte, a economia em geral parece estar crescendo em seu ritmo mais lento em um quarto de século, apesar de medidas para flexibilizar a política monetária, incluindo os vários cortes das taxas de juros.
A segunda maior economia do mundo terá de enfrentar riscos persistentes neste ano, em um momento em que seus líderes estão empenhados em promover a chamada "reforma da oferta", que visa reduzir o excesso de capacidade nas fábricas e os altos níveis de endividamento.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria situou-se em 49,7 em dezembro, em linha com as expectativas de economistas consultados pela Reuters e representando um aumento mínimo em relação a novembro.
Uma leitura abaixo de 50 sugere contração na atividade, enquanto uma leitura acima indica expansão na base mensal.
Ainda assim, economistas parecem encontrar algum conforto já que não havia sinais de um declínio econômico mais nítido, que os investidores globais temem.
O ligeiro aumento do PMI "sugere que o crescimento (econômico) está se estabilizando um pouco... No entanto, o setor ainda enfrenta ventos contrários fortes", disse Zhou Hao, economista do Commerzbank em Cingapura.
A fraca demanda em casa e no exterior pesou sobre as fábricas chinesas, agravando o problema do excesso de capacidade. Neste contexto, as fábricas foram obrigadas a reduzir os preços de seus produtos, adicionando pressões deflacionárias na economia.
Já o setor de serviços, que tem ajudado a compensar os efeitos da fraqueza na indústria, cresceu, com o PMI oficial subindo para 54,4 em dezembro, ante 53,6 em novembro.
(Por Ben Blanchard, Winni Zhou e Kevin Yao)