BRASÍLIA (Reuters) - Na primeira reunião de coordenação política do ano, nesta segunda-feira, a avaliação foi de que o clima no Congresso melhorou e não há uma disputa política tão acirrada, mas a presidente Dilma Rousseff cobrou de seus ministros ação para que se consiga votar nas duas Casas as matérias que interessam ao governo.
Entre essas medidas prioritárias, estão a MP que cria alíquotas progressivas para tributação de ganhos de capital e a que reforma estruturas administrativas do governo.
Ao sair da reunião, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, avaliou que a crise política “não existe mais”.
“Acho que nós não estamos vivendo neste momento uma crise política. Acho que já tivemos momentos bastante estressantes no ano passado, mas no momento estamos vivendo um momento de diálogo, de busca de entendimento”, afirmou o ministro.
Com a volta efetiva dos trabalhos no Congresso nesta semana, após o recesso e o feriado do Carnaval, o Planalto tem de enfrentar, além da aprovação de medidas que considera cruciais, um pedido de processo de impeachment contra Dilma.
Sobre a votação das medidas que fazem parte do plano de ajuste fiscal, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), diz que o governo vê “com simpatia” os sinais de que a oposição estaria disposta a dialogar e apoiar algumas dessas propostas, apesar de ainda ser contra a recriação da CPMF.
“Vemos com simpatia a disposição, principalmente do PSDB, de abandonar a tese do quanto pior melhor. Penso que é um primeiro passo, é o início de uma caminhada que pode dar certo. Mesmo considerando que a oposição não concorda com a CPMF, mas que em outros temas vamos dialogar”, disse o deputado.
De acordo com Guimarães, a presidente fez uma “fala forte” sobre a necessidade de levar adiante a votação da CPMF –que ainda não teve sequer aprovada sua admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça– e repetirá o mesmo discurso no encontros que tem na noite desta segunda-feira, com os líderes da base aliada no Senado, e na manhã de terça-feira, com os líderes da Câmara.
Com representantes dos principais partidos da base, como os ministros do Esporte, George Hilton (PRB); das Comunicações, André Figueiredo (PDT); e da Defesa, Aldo Rebelo (PcdoB); que não costumam participar da coordenação política, Dilma aproveitou para cobrar a mobilização da base aliada pelas votações que interessam ao governo.
“Avaliamos a conjuntura das votações na Câmara e Senado. Essa é uma semana fundamental para agilizarmos a votação de matérias essenciais. Queremos votar, e vamos dialogar com todos, inclusive com a oposição, três medidas provisórias e a lei do terrorismo, que é muito importante. Estamos nos aproximando das Olimpíadas”, disse Guimarães.
(Por Lisandra Paraguassu e Leonardo Goy)