Por Irene Klotz
CABO CANAVERAL, Flórida (Reuters) - A empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk, fará na segunda-feira uma segunda tentativa para entregar um dos dois adaptadores, espécie de anel de encaixe, para a Estação Espacial Internacional, em um passo crucial para permitir que táxis espaciais norte-americanos transportem astronautas para o laboratório em órbita, afirmou a Nasa neste domingo.
A Space Exploration Technologies, ou SpaceX, tentou no ano passado instalar o anel de encaixe pela primeira vez, mas o equipamento foi destruído em um acidente durante o lançamento.
"Eu sei o quão crítico é este momento para a Nasa," afirmou Hans Koenigsmann, vice-presidente da SpaceX e responsável pela missão, durante uma coletiva de imprensa no sábado.
O foguete Falcon 9 e a cápsula Dragon devem ser lançados à 1h45 desta segunda-feira (horário de Brasília) na base da Força Aérea em Cabo Canaveral, na Flórida.
Cerca de 2 minutos e meio após a decolagem, a parte principal do foguete irá separar, virar e tentar pousar no chão a alguns metros do local de lançamento.
Um segundo anel de acoplamento deverá ser lançado em 2017, revelou a Nasa.
Criada e operada por Elon Musk, o empresário do ramo da tecnologia que fundou a Tesla Motors (NASDAQ:TSLA), a SpaceX está desenvolvendo foguetes que podem ser recondicionados e reutilizados, reduzindo os custos de lançamento. Até agora, ele conseguiu pousar com sucesso um foguete Falcon em uma plataforma marítima em três das últimas quatro tentativas.
A SpaceX pretende lançar um de seus foguetes recuperados já em setembro deste ano, disse Koenigsmann.
Mas pousar o foguete é um objetivo secundário. A principal missão é colocar a cápsula Dragon em órbita e enviá-la em uma viagem de dois dias para a estação, um laboratório de 100 bilhões de dólares em órbita a cerca de 400 quilômetros da Terra.
A cápsula Dragon carrega cerca de 2 mil quilos de alimentos, suprimentos e equipamentos, incluindo um sequenciador de DNA em miniatura, o primeiro a voar no espaço.
O anel de metal de encaixe, construído pela Boeing, tem 2,4 metros de diâmetro. Após a sua fixação no porto de atracação na estação, ele servirá como um espécie de estacionamento para naves comerciais em desenvolvimento pela SpaceX e pela Boeing. As naves tripuladas devem começar a ter vôos de teste já no ano que vem.
Desde que a agência espacial dos EUA aposentou sua frota de ônibus espaciais, há cinco anos, os Estados Unidos tem dependido da Rússia para transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional a um custo de mais de 70 milhões de dólares por pessoa.