Por Jeff Mason e Timothy Mclaughlin
WASHINGTON (Reuters) - A ex-ativista Aung San Suu Kyi pediu nesta quarta-feira o fim das sanções econômicas contra Mianmar, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que seu país está disposto a fazê-lo, em declarações feitas durante a primeira reunião dos dois na Casa Branca desde que Suu Kyi se tornou a líder de sua nação.
"Agora os Estados Unidos estão preparados para suspender as sanções que impusemos a Burma durante bastante tempo", disse Obama no Salão Oval ao lado de Suu Kyi.
"É a coisa certa a fazer para garantir que o povo de Burma veja as recompensas de uma nova maneira de fazer negócios e de um novo governo."
A viagem de Suu Kyi coroou uma jornada de décadas, que levou a ex-prisioneira política a se tornar uma líder nacional depois que seu partido obteve uma vitória eleitoral contundente no ano passado.
Como Suu Kyi não é mais uma figura da oposição, os EUA vêm cogitando um abrandamento nas sanções a Mianmar, antes conhecida como Burma, e Obama pretende normalizar as relações com um país que Washington evitou quando era governado por uma junta militar.
"Achamos que chegou a hora de retirar todas as sanções que nos prejudicam economicamente", disse Suu Kyi, observando que o Congresso norte-americano já apoiou sua nação no passado endossando sanções para pressionar a adoção de reformas democráticas.
Na ocasião da chegada de Suu Kyi à Casa Branca, Obama divulgou um comunicado dizendo que irá registrar Mianmar novamente no Sistema Generalizado de Preferências (GSP), que dispensa o pagamento de taxas para produtos de países pobres e em desenvolvimento.
Mianmar perdeu os benefícios do GSP em 1989, na sequência de manifestações pró-democracia do ano anterior que foram reprimidas brutalmente pela junta militar governante.
A medida, combinada com a suspensão das sanções, "dará aos Estados Unidos, a nossos negócios, nossas instituições sem fins lucrativos um incentivo maior para investir e participar do que esperamos que será um parceiro cada vez mais democrático e próspero para nós na região", disse Obama.
Washington amenizou algumas sanções contra Mianmar no início deste ano para apoiar a reforma política, mas manteve a maioria de suas restrições econômicas com a meta de penalizar aqueles que, em sua visão, atrapalham o governo eleito democraticamente.