SÃO PAULO (Reuters) - A cotação média da energia elétrica no mercado de curto prazo deverá fechar 2016 mais de 30 por cento acima do esperado anteriormente, enquanto os preços médios de 2017 devem subir mais de 40 por cento ante as últimas projeções, afirmou uma instituição do setor nesta segunda-feira.
Os preços spot, também conhecidos como Preços de Liquidação das Diferenças (PLDs), são utilizados no mercado à vista, mas também influenciam o custo da energia em contratos de médio e longo prazos no mercado livre de eletricidade, no qual grandes consumidores, geradores e comercializadores negociam diretamente seu fornecimento.
Em videoconferência mensal, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) disse que elevou de 76,53 reais por megawatt-hora para 101,94 reais a projeção de preço spot médio do Sudeste e do Centro-Oeste em 2016.
Em 2017, os preços spot na região deverão apresentar uma média de 233 reais por megawatt-hora, ante 165 reais esperados anteriormente.
A alta deve-se em parte a mudanças regulatórias, como a redução devido à seca da vazão das hidrelétricas de Xingó e Sobradinho, no rio São Francisco, e a mudança na carga de energia estimada para o Paraguai, que aumenta a parcela da produção de Itaipu destinada ao país.
Essas alterações devem passar a ser consideradas no cálculo dos preços a partir de novembro deste ano.
Sem esses fatores, o preço médio de 2016 ficaria em 96,21 reais por megawatt-hora, enquanto o do ano seguinte seria de 189,90 reais, disse a CCEE.
Os preços spot, que estavam em cerca de 158 reais por megawatt-hora para a carga média no Sudeste na última semana, avançaram para 216 reais para a semana que encerra em 7 de outubro, devido à projeção de chuvas abaixo da média nas proximidades das hidrelétricas da região.
A CCEE estima um preço spot médio de 195 reais por megawatt-hora neste mês e de 197 reais por megawatt-hora em novembro, segundo a apresentação realizada nesta segunda-feira.
(Por Luciano Costa)