Santiago do Chile, 16 out (EFE).- O minerador Jorge Galleguillos,
um dos 33 resgatados de uma mina no norte do Chile nesta semana,
chorou hoje ao receber do ministro da Educação do país, Joaquín
Lavín, uma bolsa de estudos para que seu filho possa realizar o
ensino superior, algo que tinha pedido quando estava preso.
Em uma extensa carta, o mineiro de 56 anos tinha manifestado ao
ministro sua preocupação com o destino do filho, pois "estando ele
lá embaixo" não poderia ajudá-lo a continuar seus estudos
universitários.
Lavín foi hoje à casa do minerador, onde o comunicou da bolsa na
Universidade de Atacama, que cobrirá 100% dos estudos do filho.
"Foi uma reunião muito emocionante. Ele tinha me mandado uma
carta na qual manifestava sua preocupação não só pelo fato de ter
ficado preso na mina, mas por sua idade", disse Lavín em declarações
à "Televisão Nacional".
"Seu sonho era que seu filho chegasse a ser profissional, mas
estava preocupado porque não ia poder pagar a universidade",
acrescentou.
Perguntado pelos jornalistas sobre a bolsa de estudos que foi
entregue pelo ministro, o minerador disse: "Foi um presente de Deus
e, por favor, não me faça chorar".
Galleguillos afirmou que os mais de dois meses presos a 700
metros de profundidade foram "muito difíceis, mas estamos bem,
estamos com vida".
O trabalhador sustentou que após o resgate "começa uma nova
vida", mas que não se afastará da mineração. "O coração sempre sabe
que é minerador", disse Galleguillos, que sofreu uma leve depressão
nos primeiros dias de clausura. EFE