Paris, 13 ago (EFE).- Oito em cada dez franceses admite preocupação com o nível de dívida e de déficit público do país, e a metade dos entrevistados deseja debate sobre a redução no novo curso político em setembro, aponta pesquisa publicada neste sábado pelo site do jornal "Sud Ouest".
Conduzido pelo instituto Ifop, o estudo indica que os mais velhos percebem maior urgência em reduzir a dívida: 67% das pessoas com mais de 65 considera urgente, contra 36% dos menores de 35 anos e 55% dos que estão entre as duas faixas etárias.
Embora a luta contra o desemprego, a saúde e a educação continuem à frente das prioridades dos franceses em matéria de ação pública para os próximos meses, a pesquisa indica que 50% acreditam que a redução da dívida pública também deve ser debatida, situando-a ao mesmo nível que o aumento dos salários e do poder aquisitivo.
"Estes resultados são particularmente surpreendentes na medida em que pouco mais de um terço dos cidadãos (36%) considerava prioritária a redução da dívida no início de 2010", assinalou neste sábado o jornal.
Pelos últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INSEE), no primeiro trimestre de 2011, a dívida líquida das administrações públicas subiu para 1,5 trilhão de euros, aproximadamente 77,3% do PIB e 26,2 bilhões de euros mais do que no trimestre anterior.
A publicação da pesquisa chega em um momento em que o rumor de que uma das agências de classificação estava cogitando degradar a nota sobre a dívida soberana francesa provocou quedas na bolsa de valores de Paris na última quarta-feira e conseguinte arrastar-se para todos os pregões europeus.
Entre as soluções para frear o aumento da dívida e do déficit, que neste ano se prevê alcance 5,7% do PIB, 62% apoiam eliminar a redução do imposto sobre o valor agregado (IVA) na hotelaria, mas menos de um quarto dos entrevistados se dizem dispostos a aceitar aumento de impostos. EFE