Por Jeff Mason
BRIDGEWATER, Estados Unidos (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou a desavença com a imprensa norte-americana no domingo ao publicar no Twittar um vídeo satírico no qual enfrenta e agride várias vezes com socos um homem com o logotipo da CNN no lugar da cabeça.
O vídeo pareceu ser uma versão modificada de uma participação de 2007 de Trump no evento de divulgação WrestleMania 23, da World Wrestling Entertainment, no qual Trump "derruba" o presidente da WWE, Vince McMahon.
No vídeo de domingo, a cabeça de McMahon foi substituída pelo logo da CNN.
Depois que Trump aparece dando socos no logo da CNN, outro logotipo, "FNN Fraud News Network" (Rede de Notícias Fraudulentas, em inglês), aparece no rodapé da tela em letras semelhantes às da CNN.
Trump indicou a esposa de McMahon, Linda, como diretora da Agência de Pequenos Negócios, que tem status ministerial. Ela atuou na administração da WWE durante muitos anos.
Trump explicitou seu desdém pela mídia como candidato presidencial e como comandante-em-chefe, classificando-a como "a inimiga do povo americano" e se referindo com frequência às principais organizações de notícias dos EUA como "falhas" ou "notícias falsas" – e vem criticando a CNN com especial severidade.
O vídeo elevou sua críticas a um novo patamar e foi repudiado na CNN e nas redes sociais.
"É um dia triste quando o presidente dos Estados Unidos estimula a violência contra repórteres", disse a CNN em um comunicado.
"Em vez de se preparar para sua viagem ao exterior, para seu primeiro encontro com Vladimir Putin, para lidar com a Coreia do Norte e para trabalhar em seu projeto de lei para a saúde, ele está envolvido em um comportamento juvenil muito abaixo da dignidade do cargo", afirmou o canal.
No final desta semana Trump parte para a Polônia e a Alemanha, onde irá participar da cúpula de líderes do G20, entre eles o presidente russo.
O conselheiro de segurança interna e contraterrorismo da Casa Branca, Thomas Bossert, disse que o tuíte não foi uma ameaça.
"Acho que ninguém iria entendê-lo como uma ameaça. Espero que não o façam", disse Bossert no programa "This Week, da rede ABC.