SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja 2017/18 do Brasil, cujo plantio se dá no segundo semestre e a colheita no início do próximo ano, deverá atingir 113,2 milhões de toneladas, 0,2 menor que o recorde obtido em 2016/17, segundo projeção da Safras & Mercado divulgada nesta sexta-feira.
Conforme a consultoria, os produtores deverão semear 35,49 milhões de hectares, "a maior área da história" e 5,2 por cento maior na comparação anual.
Em contrapartida, o rendimento das lavouras deverá cair de 3.378 quilos para 3.205 quilos por hectare.
"O Brasil deve retomar o ritmo de crescimento 'normal' da área de soja que vínhamos vendo nos últimos anos e que perdeu força em 2016/17", disse o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque.
MILHO
A produção total de milho em 2017/18 deverá atingir 93,8 milhões de toneladas, baixa de 15,1 por cento na comparação com as 110,53 milhões de toneladas de 2016/17, cuja colheita da segunda safra ainda está em andamento.
De acordo com a Safras & Mercado, a área total com o milho deverá ocupar 16,35 milhões de hectares, com recuo de 11,4 por cento, dado o avanço da soja.
Segundo o analista, a oleaginosa recupera "praticamente toda a área perdida para o cereal na última safra" devido à melhor rentabilidade da soja, mesmo em um cenário de preços mais baixos para ambas as culturas.
"Além disso, o bom resultado produtivo registrado na safrinha de milho de 2016 dá força à tendência recente de centralização da produção do cereal na chamada segunda safra, pós-colheita da safra verão. Assim, a oleaginosa firma-se, ainda mais, como a protagonista da safra de verão, enquanto o cereal é o destaque da safrinha", concluiu Roque.
(Por José Roberto Gomes)