CAIRO (Reuters) - Um tribunal criminal de Cairo sentenciou neste sábado 28 pessoas à morte pelo assassinato de um importante promotor egípcio em 2015, após a pena de morte ter sido aprovada pelas principais autoridades religiosas do país. Outras 15 pessoas foram condenadas à prisão por 25 anos cada.
O promotor público Hisham Barakat foi morto em um atentado de carro-bomba contra seu comboio na capital, operação que o Egito atribuiu a militantes da Irmandade Muçulmana e do Hamas. Ambos os grupos negaram envolvimento no ataque.
Em junho, a corte sugeriu consultar o principal líder religioso do Egito, o Grande Mufti, sobe a pena de morte. A diretriz do Mufti é necessária quando a corte quer determinar a pena de morte, mas a decisão dele não é vinculativa.
As sentenças, confirmadas pelo tribunal em audiência neste sábado, podem ser recorridas.
"As decisões de hoje foram chocantes", disse um dos advogados de defesa, Ahmed Saad. "Outros que não tinham nenhuma relação com o assassinato do mártir Hisham Barakat receberam sentenças de prisão perpétua. Eles não tiveram nada a ver com o ocorrido".
O Ministro do Interior do Egito divulgou vídeo no ano passado mostrando vários jovens confessando o crime e admitindo que foram à Gaza para treinamentos com o Hamas, mas alguns negaram as acusações no tribunal.
Os réus disseram que foram forçados a confessar sob tortura e que seus advogados pediram para que fossem examinados por médicos.
O Egito enfrenta uma insurgência muçulmana conduzida pelo Estado Islâmico no Sinai do Norte, onde centenas de soldados e policiais foram mortos. Entretanto, o grupo tem intensificado ataques contra cristãos, com bombardeios a igrejas e tiroteios.
(Por Haitham Ahmed)