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Israel diz que detectores de metal em mesquita de Jerusalém permanecerão, mas podem ser reduzidos

Publicado 23.07.2017, 13:40
Israel diz que detectores de metal em mesquita de Jerusalém permanecerão, mas podem ser reduzidos

JERUSALÉM (Reuters) - Israel disse neste domingo que não removerá os detectores de metal cuja instalação do lado de fora de uma importante mesquita levou aos conflitos mais sangrentos com palestinos em anos, mas pode eventualmente reduzir seu uso.

Alimentando os temores de um aumento de tensão, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que irá interromper os laços de segurança com Israel até que eliminem os portões instalados na entrada da praça da mesquita Al-Aqsa após dois policiais terem sido mortos em 14 de julho.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deverá se reunir com seu gabinete de segurança ainda neste domingo para avaliar alternativas. 

No entanto, seu governo de direita tem medo se ser visto como frágil perante as pressões palestinas sobre o local, que os judeus reverenciam como o vestígio de dois templos ancestrais e que estão entre as áreas de Jerusalém Leste que Israel capturou em 1967 durante uma guerra e anexou como sua capital, um movimento não reconhecido internacionalmente.

"Eles (os detectores de metal) permanecerão. Os assassinos nunca nos dirão como perseguir assassinos", disse o ministro israelense do Desenvolvimento Regional, Tzachi Hanegbi, à rádio do Exército.

"Se eles (os palestinos) não querem entrar na mesquita, então que não entrem na mesquita."

Indignados com o que consideram como uma violação de delicados acordos que já duram décadas no terceiro local mais sagrado para o Islã, muitos palestinos se recusam a passar pelos detectores, organizando orações nas ruas e, frequentemente, protestos violentos.

As forças de segurança de Israel atiraram e mataram três manifestantes na sexta-feira, disseram médicos palestinos. Um quarto palestino da região de Jerusalém foi morto no sábado quando um dispositivo explosivo que ele estava construindo explodiu antecipadamente, disse o Exército de Israel. Médicos palestinos disseram que ele morreu de ferimentos causados por estilhaços no peito e abdômen. 

ULTIMATO DE ABBAS

Em um sinal de que o conflito está se espalhando, um palestino esfaqueou três israelenses até a morte na área ocupada da Cisjordânia na sexta-feira, após prometer no Facebook que atenderia ao "chamado de Al-Aqsa". No domingo, um míssil foi lançado contra Israel na Faixa de Gaza, mas atingiu uma área aberta, sem causar danos, disse o Exército de Israel.

O ministro da Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, alertou para o potencial da "volatilidade em larga escala" - uma perspectiva mais provável na Cisjordânia sem ajuda de Abbas.

"Se Israel quer que a coordenação de segurança seja retomada, eles precisam retirar essas medidas", disse Abbas em um discurso neste domingo, referindo-se aos detectores de metal.

"Eles devem saber que eventualmente perderão, pois temos feito da manutenção da segurança nosso dever solene, no nosso lado e no deles."

Erdan disse que Israel pode eventualmente retirar os detectores de metal para muçulmanos que entrem no complexo de Al-Aqsa, sob arranjos alternativos. Tais acordos podem incluir o reforço de policias nas entradas e a inclusão de câmeras CCTV com tecnologia de reconhecimento facial.

"Há, afinal, muitos fiéis que a polícia conhece, que frequentam o local regularmente, pessoas muito idosas e por aí em diante e isso recomenda que evitemos passar essas pessoas pelos detectores de metal", disse Erdan à rádio do Exército, sugerindo que apenas pessoas com potencial para causar problemas seriam sujeitas a escaneamento extra.

Qualquer arranjo substituto ainda não está pronto, ele acrescentou.

No entanto, autoridades muçulmanas que supervisionam Al-Aqsa disseram que continuarão a se opor a novas medidas impostas por judeus. 

"Nós ressaltamos nossa absoluta rejeição de... todas as medidas de ocupação (de Israel) que alteram os laços históricos e o status religioso em Jerusalém e seus locais sagrados", disse o grande mufti palestino e chefe de justiça palestino em exercício e o fundo religioso Waqf, administrado por jordanianos, em um comunicado conjunto.

Jordania e Turquia, que estão entre os poucos interlocutores muçulmanos de Israel, pediram a remoção dos detectores de metal. A Liga Árabe disse neste domingo que Israel estava "brincando com fogo". O Conselho de Segurança da ONU agendou uma sessão para tratar sobre a crise na segunda-feira.

"Estamos lidando com isto de modo responsável, determinado e com nível", disse Netanyahu em observações transmitidas pela televisão antes de sua reunião semanal de gabinete neste domingo.

(Por Dan Williams; Reportagem adicional por Ali Sawafta e Nidal al-Mughrabi)

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