(Reuters) - Uma juíza dos Estados Unidos disse que o Yahoo deve enfrentar processo apresentado em nome de mais de 1 bilhão de usuários que disseram que suas informações pessoais foram comprometidas em três grandes violações de dados.
A decisão tomada na noite de quarta-feira pela juíza Lucy Koh em San Jose, Califórnia, foi um revés nos esforços da Verizon Communications, que pagou 4,76 bilhões de dólares pelo negócio de Internet do Yahoo em junho, para limitar a responsabilidade potencial.
As violações de dados ocorreram entre 2013 e 2016, mas o Yahoo foi lento em divulgá-las, esperando mais de três anos para revelar a primeira. Revelações sobre o alcance dos ataques cibernéticos levaram a Verizon a baixar o preço de compra da empresa.
"Todos os demandantes alegaram o risco de roubo futuro de identidade, além da perda de valor de suas informações de identificação pessoal", escreveu a juíza.
Koh disse que alguns demandantes também alegaram que gastaram dinheiro para impedir o roubo futuro de identidade ou a utilização indevida dos dados por fraudadores.
Outros, entretanto, poderiam ter alterado as senhas ou cancelado suas contas para impedir as perdas, se o Yahoo não tivesse demorado tanto para divulgar os ataques, disse a juíza.
A invasão de agosto de 2013 afetou mais de um bilhão de contas, enquanto a violação de 2014 afetou mais de 500 milhões. Um terceiro ataque aconteceu em 2015 e 2016.
Na decisão, a juíza rejeitou a afirmação do Yahoo de que os afetados não têm legitimidade para processar.
"Acreditamos que isso seja uma vitória significativa para os consumidores e revisaremos as falhas apontadas pelo tribunal", disse em entrevista John Yanchunis, advogado das vítimas que preside um comitê executivo que supervisiona o caso. "É a maior violação de dados na história do mundo".
O porta-voz da Verizon Bob Varettoni disse que a empresa não comenta processos pendentes.
Em documentos judiciais, o Yahoo argumentou que essas invasões são "um triunfo da perseverança dos cibercriminosos", e que nenhum sistema é a prova de violações.
(Por Jonathan Stempel)