Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia ante o real nesta terça-feira, acompanhando o cenário externo após o Congresso dos Estados Unidos ter revertido a paralisação do governo e com os investidores cautelosos antes do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância no dia seguinte, cujo resultado pode influenciar a corrida eleitoral deste ano.
Às 11:07, o dólar avançava 0,32 por cento, a 3,2195 reais na venda, depois de subir 0,25 por cento na véspera. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.
O Congresso dos Estados Unidos votou na véspera para encerrar a paralisação de três dias do governo norte-americano, mantendo-o na ativa até 8 de fevereiro, quando o Congresso terá que revisitar o orçamento e políticas imigratórias, duas questões distintas que se tornaram intimamente ligadas.
Com o governo dos Estados Unidos voltando a funcionar, o dólar exibia leve alta ante uma cesta de moedas e valorização mais firme sobre divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Internamente, a expectativa do mercado era pelo desfecho na quarta-feira do julgamento em segunda instância de Lula em ação do tríplex no Guarujá, pela qual recebeu pena de nove anos e meio de prisão. Se negado seu recurso, o ex-presidente --considerado pelo mercado como menos comprometido com ajuste fiscal-- pode ficar fora da corrida eleitoral.
Até a decisão final, no entanto, a defesa de Lula tem vários recursos para adiar o processo e tentar evitar que, no dia dos registros das candidaturas, em 15 de agosto, Lula possa ser considerado inelegível.
"Caso ocorra a absolvição, e este é um cenário possível, deveremos ter movimentos muito fortes (no mercado de câmbio) contra as tendências", trouxe a Wagner investimentos, em relatório.