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Crescimento da indústria do Brasil desacelera com dificuldades de emergentes, mostra PMI

Publicado 01.10.2018, 10:05
Atualizado 01.10.2018, 10:10
© Reuters. Trabalhadores em linha de montagem de fabrica de caminhões em São Bernardo do Campo
USD/BRL
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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - As dificuldades em países emergentes, especialmente a Argentina, prejudicaram a demanda por bens industriais brasileiros e levaram a uma desaceleração do crescimento do setor em setembro em meio à intensificação das pressões dos preços com o dólar mais forte, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira.

O IHS Markit informou que o PMI do setor industrial do Brasil caiu a 50,9 em setembro sobre 51,1 em agosto, mas ainda assim permaneceu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

A expansão foi sustentada pelo aumento na entrada de novas encomendas no ritmo mais forte em cinco meses. Isso, entretanto, foi ofuscado pela terceira queda nas vendas para exportação nos últimos cinco meses.

De acordo com o IHS Markit, os novos negócios para exportação contraíram no ritmo mais forte desde janeiro de 2017, com muitos relatos de que as condições desafiadoras em mercados emergentes, especialmente o argentino, afetaram os volumes de vendas.

Assim, o aumento nos níveis de produção foi apenas marginal, sendo o mais baixo na atual sequência de três meses de expansão.

"Enquanto o crescimento das novas encomendas melhorou, a exposição a condições desafiadoras em mercados emergentes, especialmente na vizinha Argentina, mostrou-se em uma notável queda nas vendas de exportação", destacou o diretor de economia do IHS Markit, Paul Smith.

Diante das preocupações com os custos, especialmente devido à forte alta dos preços, as empresas reduziram os níveis de funcionários pelo segundo mês seguido.

ALTA NOS CUSTOS

© Reuters. Trabalhadores em linha de montagem de fabrica de caminhões em São Bernardo do Campo

Setembro marcou o aumento mais forte nos preços dos insumos registrado desde o início da pesquisa em fevereiro de 2006, em um movimento ligado ao fortalecimento do dólar ante o real. Essa alta foi repassada aos clientes, com avanço dos preços cobrados no segundo ritmo mais forte na história do levantamento.

"O que mais chama a atenção foi o aumento nos preços uma vez que o dólar forte continua a provocar pressões desconfortáveis de custos sobre a indústria", completou Smith.

Por outro lado, a confiança sobre o futuro aumentou para o nível mais alto desde março, sendo que entre os 71 por cento dos entrevistados que esperam crescimento, muitos preveem se beneficiar de demanda mais firme e vendas mais altas.

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