MOSCOU (Reuters) - O líder russo, Vladimir Putin, disse ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nesta sexta-feira que as sanções impostas à Rússia devido à crise na Ucrânia são contraproducentes e que a "situação atual" não interessa a nenhum dos dois países.
Um comunicado divulgado pelo Kremlin depois que Putin e Obama conversaram por telefone informou que "diferenças significativas" permaneciam entre os dois países, mas que ambos enfatizaram a importância de um "cessar-fogo imediato e sustentável" no leste da Ucrânia.
Segundo a Casa Branca, Obama expressou a Putin profunda preocupação com o aumento do apoio russo aos separatistas no leste ucraniano durante a conversa por telefone.
Os dois líderes concordaram em manter seus canais de comunicação abertos. Foi a primeira conversa entre os dois desde 17 de julho, dia em que um avião de passageiros da Malásia foi derrubado sobre a leste da Ucrânia por um míssil, que as autoridades norte-americanas acreditam ter sido lançado por separatistas pró-russos.
Estados Unidos e Europa aumentaram a pressão sobre a Rússia nesta semana com uma nova rodada de sanções.
"O presidente reiterou sua profunda preocupação com o aumento do apoio da Rússia aos separatistas na Ucrânia", disse um comunicado da Casa Branca sobre a conversa. "O presidente reforçou sua preferência por uma solução diplomática para a crise na Ucrânia."
Obama também levantou preocupações sobre o que Washington diz ter sido uma violação russa do tratado nuclear de alcance intermediário, de 1988, projetado para eliminar mísseis de cruzeiro lançados por terra.
(Reportagem de Thomas Grove, em Moscou, e Roberta Rampton e Steve Holland em Washington)