PEQUIM (Reuters) - Procuradores chineses acusaram nesta quinta-feira o ex-chefe do órgão controlador dos ativos do Estado por corrupção e abuso de poder, abrindo caminho para o julgamento de um homem que chegou a ser o responsável pela área do petróleo e tinha laços próximos com uma autoridade da segurança interna da China, que também caiu em desgraça.
O presidente Xi Jinping tem passado os últimos dois anos combatendo a corrupção, dizendo que se trata de uma ameaça à sobrevivência do Partido Comunista. Dezenas de altos funcionários do partido, do governo, das Forças Armadas e das empresas estatais foram destituídos pela campanha.
Jiang Jiemin comandou o órgão controlador dos ativos estatais por apenas cinco meses, até ser demitido após ser acusado de corrupção, em setembro de 2013.
Ele também dirigiu antes a estatal petrolífera CNPC, da qual a PetroChina é uma subsidiária, e é um colaborador próximo de Zhou Yongkang, o poderoso chefe de segurança nacional que também está sendo investigado por corrupção.
O procuradoria da República disse que Jiang está sendo acusado de aceitar subornos, não explicar de onde provém boa parte de seus bens e de abuso de poder quando trabalhava para a CNPC.
"(Seus) ativos e despesas, obviamente, excediam sua renda legal. A diferença era muito grande e ele não foi capaz de explicar a sua origem", disse a procuradoria em um comunicado curto. "Abusou de seu poder, causando enormes prejuízos para os interesses do Estado."
O caso será julgado em um tribunal na província central de Hubei, acrescentou.
Um segundo aliado de Zhou, Li Chuncheng, ex-vice-chefe do partido na província de Sichuan, também foi acusado de abuso de poder e corrupção, informou o procurador em um comunicado separado. Ele também será julgado em Hubei.
Pelo menos uma dúzia de ex-associados e protegidos de Zhou foram derrubadas como parte da campanha repressiva do presidente Xi Jinping.
Zhou financiava o ex-político Bo Xilai, que subiu rapidamente e foi condenado à prisão perpétua em 2013 por corrupção e abuso de poder, no pior escândalo político em décadas na China. Zhou foi preso no ano passado e expulso do partido, acusado de crimes que incluem aceitar subornos para vazar segredos de Estado. Ele subiu na hierarquia na CNPC e a partir de 1996-1998 atuou como gerente geral da empresa.
(Reportagem de Ben Blanchard)