A B3 (BVMF:B3SA3) (Bolsa de Valores de São Paulo) decidiu abrir investigação contra a Americanas (BVMF:AMER3) para analisar possíveis punições à varejista por causa de falhas quanto ao gerenciamento de risco e de controle da companhia. Se houver comprovação, a empresa pode sair de forma compulsória do Novo Mercado, que inclui companhias de capital aberto com padrão de governança elevado.
Além disso, a Americanas pode ser multada e sofrer censura pública. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico nesta 5ª feira (7.set.2023).
A investigação mira integrantes do conselho de administração, do comitê de auditoria da varejista e ex-diretores da empresa, segundo o jornal. O processo leva em consideração o período de atuação do comitê de auditoria da B2W, braço digital da empresa.
O Poder360 entrou em contato com a assessoria da Americanas para obter uma posição sobre a ação da B3, mas não obteve uma resposta. O espaço segue aberto.
ENTENDA
A Americanas divulgou comunicado ao mercado em 11 de janeiro informando inicialmente inconsistências em lançamentos contábeis de cerca de R$ 20 bilhões. O executivo Sergio Rial pediu demissão do cargo de CEO da companhia, assim como André Covre, diretor de Relações com Investidores.
Dois dias depois, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) concedeu a Americanas uma medida de tutela cautelar, a pedido da empresa, depois de a companhia declarar o montante de R$ 40 bilhões em dívidas.
Em 19 de janeiro, a Justiça aprovou a recuperação judicial da Americanas. Em fevereiro, porém, declarou ter R$ 40 bilhões em dívidas.
Em 17 de maio, a Câmara decidiu instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a crise financeira da Americanas.
Em 5 de setembro, depois da apresentação do relatório, deputados pediram vista e não votaram o parecer da CPI da Americanas.