Lisboa, 26 mar (EFE).- O Banco de Portugal agravou novamente nesta terça-feira suas previsões econômicas e estimou para 2013 uma redução de 2,3% do PIB, quatro décimos a mais do que o cálculo anterior.
Por meio do Boletim Estatístico de Primavera, publicado hoje, o banco central português divulgou também uma piora das projeções de desemprego e de crescimento das exportações, fatores fundamentais para a recuperação da economia do país.
As atuais previsões do banco contrastam com as publicadas há um ano, quando as expectativas para 2013 eram de que o PIB não sofresse alterações ("crescimento zero") e de que houvesse uma alta nas vendas de bens e serviços portugueses ao exterior equivalente a 4,4%, aumento que, agora, foi reduzido pela metade.
Caso as previsões anunciadas hoje se cumpram, Portugal acumulará três anos consecutivos de recessão com uma queda de sua economia superior a 7%.
Apesar de as projeções sobre a taxa de desemprego não terem sido divulgadas, o Boletim de Primavera deixou claro que para esse ano 153 mil pessoas devem perder seus empregos, o equivalente a um aumento de 3,3% da taxa.
As previsões do Executivo conservador de Portugal, das quais compartilham também a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), apontam que a taxa de desemprego média chegará até 18,2% esse ano, dois pontos e meio a mais do que em 2012.
A piora das previsões do Banco de Portugal se deve, de acordo com o relatório, à diminuição da demanda interna, que pode cair 4,2% em 2013. Há um ano a estimava de queda da taxa era de 1,6%.
As pessimistas projeções econômicas e a contestação social pelas medidas de austeridade que o país sofre desde que pediu o resgate financeiro em maio de 2011 levaram a oposição a reivindicar uma "mudança de rumo" do governo que ajude a impulsionar o crescimento econômico e novas vagas de emprego.
Nos últimos seis meses o Executivo conservador português conseguiu com que a UE e o FMI suavizem, em duas ocasiões, as condições do resgate, mas ainda deve reformar o Estado para conseguir outra economia orçamentária de 4 bilhões de euros que rejeita a oposição. EFE