As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quarta-feira, 15, em uma sessão na qual mercado acionário teve extrema atenção à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). A alta de 75 pontos-base nos juros pela autoridade vinha sendo antecipada por boa parte dos analistas, e reforçou a percepção de que o Fed agirá com vigor para combater a inflação. Além disso, o presidente Jerome Powell disse que a medida de hoje é "incomum", e que uma alta de 50 pontos não está descartada na próxima reunião.
O Dow Jones fechou em alta de 1,00%, aos 30.668,53 pontos, o S&P 500 avançou 1,46%, aos 3.789,99 pontos, e o Nasdaq ganhou 2,50%, aos 11.099,15 pontos.
Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, ativos de risco voltaram a ganhar impulso depois que o Fed restaurou a confiança de que leva a sério o combate à inflação, mas que um fluxo constante de altas superdimensionadas nos juros seria improvável. Powell disse em sua coletiva que não gostaria que a elevação de 75 pontos, a maior desde 1994, se tornasse comum.
"Não estamos tentando induzir uma recessão. Agora, estamos tentando alcançar uma inflação de 2%, compatível com um mercado de trabalho forte. É isso que estamos tentando fazer", afirmou o presidente. Sobre as projeções dos dirigentes do Fed, também divulgadas hoje, o CIBC acredita que as medianas para a taxa dos Fed funds em 2022 e 2023, de 3,4% e 3,8%, respectivamente, são excessivas e o juro básico não deve chegar a este patamar.
Segundo Moya, ninguém ficou surpreso com os rebaixamentos acentuados para as perspectivas de crescimento e as projeções de inflação mais altas. "O Fed precisa de condições financeiras mais apertadas para que a economia esfrie, então altas de juros devem ser esperadas nas próximas reuniões", avalia. O cenário deu impulso especialmente a ações de tecnologia, que vinham entre as mais penalizadas nas últimas semanas. Netflix (SA:NFLX34)(NASDAQ:NFLX) (+7,50%), Tesla (SA:TSLA34)(NASDAQ:TSLA) (+5,48%), Amazon (SA:AMZO34)(NASDAQ:AMZN) (+5,24%) estiveram entre as altas de destaque.