As bolsas de Nova York fecharam em alta de mais de 2% nesta sexta-feira, 6, reagindo ao relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, que indicou sólido ritmo de criação de vagas e crescimento menor dos salários.
No ajuste de fechamento, o índice Dow Jones subiu 2,13%, a 33.630,61; o S&P 500 ganhou 2,28%, a 3.895,08 pontos; e o Nasdaq avançou 2,56%, a 10.569,29 pontos. Na semana, os índices subiram 1,46%, 1,45% e 0,98%, respectivamente.
As bolsas fecham a primeira semana de 2023 com um impulso positivo, marcando ganhos semanais ao redor de 1%. "Os investidores estão comemorando o fato de que a média de ganhos por hora foi menor do que o esperado. Havia o medo de que a inflação salarial continuasse quente", explica Michael Arone, estrategista-chefe de investimentos da State Street Global Advisors.
Dados do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos mostram que, em dezembro, o salário médio por hora teve alta de 0,27% em relação a novembro, ou US$ 0,09, a US$ 32,82, vindo abaixo da previsão de acréscimo de 0,40%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,59% no último mês, aquém também da projeção de 5%.
O arrefecimento salarial acompanhou o recuo na taxa de desemprego, de 3,6% em novembro para 3,5% em dezembro, e crescimento na criação de empregos, 223 mil em dezembro. Os dados demonstram a força do mercado de trabalho nos Estados Unidos, acima das expectativas iniciais de economistas.
Por outro lado, o setor de serviços e a demanda industrial apresentaram contração no último mês, indicando desaceleração da economia americana.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago caiu de 56,5 em novembro para 49,6 em dezembro, abaixo da previsão do mercado, que esperava queda ligeiramente menor a 55,1.
Já as encomendas à indústria registraram a primeira queda após três meses seguidos de alta. O índice caiu 1,8% em novembro ante outubro, em US$ 543,30 bilhões, segundo dados publicados nesta sexta pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos.
A probabilidade de uma desaceleração na economia dos Estados Unidos alimenta a esperança de investidores de que o Federal Reserve (Fed) realize mudanças na sua estratégia de aperto monetário, possivelmente levando o banco central a começar cortes de taxas até o final deste ano.
Contudo, a ata da reunião entre dirigentes do Fed liberada nesta semana levanta dúvidas sobre essa possibilidade.
"O mercado já está precificando cortes em 2023, o que achamos equivocado", afirmou Hani Redha, gerente global de portfólio de ativos múltiplos da PineBridge Investments, sobre taxas de juros. Ele alerta que, embora os dados indiquem que partes da economia dos EUA estão claramente desacelerando, "não há sinal iminente de que vão cair acentuadamente".
*Com informações da Dow Jones Newswires