A definição sobre o comando do Federal Reserve (Fed), uma das incógnitas que rondavam o mercado, foi finalmente dissipada. Mas como os operadores vivem de fazer perguntas e projetar cenários, a questão levantada agora é se Jerome Powell assume o seu segundo mandato com uma posição mais “hawkish”, mais enérgica no combate à inflação. Adotará uma política menos branda - ou “dovish”, como o mercado gosta de qualificar?
Sabe-se que Lael Brainard, que estava com ele no páreo e assumirá a vice-presidência nos próximos quatro anos, é mais refratária a subir os juros básicos para frear a escalada dos preços. Mas o combate à inflação foi um tema central na coletiva de imprensa com o presidente Joe Biden e os dois economistas, cujas nomeações ainda necessitam a aprovação do Senado - o mercado dá como certo que não haverá resistência.
Ao apostar em uma redução mais rápida do programa de compra de ativos do Fed, além de uma propensão maior à elevação dos juros, os investidores se deslocaram a ativos de menor risco. Depois de subir, as bolsas no EUA fecharam em queda ontem – o Dow Jones escapou, com ligeira alta de +0,05%.
Há pouco, os contratos futuros de índices apontavam para uma desvalorização em Wall Street. Na Europa, as bolsas operavam com perdas, também afetadas pelas notícias sobre novos bloqueios e restrições de atividades no continente para frear o contágio da Covid-19.
Os títulos do Tesouro dos Estados Unidos perdiam. A taxa de dois anos saltou quatro pontos base, ajudando a nivelar a curva de juros. O dólar operava estável perto de seu nível mais alto desde setembro de 2020.