Por Luciana Otoni
BRASÍLIA, 30 Jul (Reuters) - O Bradesco e o Santander Brasil concordaram em participar do pool de bancos que fará um empréstimo de 6,5 bilhões de reais às distribuidoras de energia, disse à Reuters uma fonte do governo a par do assunto nesta quarta-feira.
"Já temos o ok do Bradesco e do Santander para a operação", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.
Segundo a fonte, as garantias da operação devem ser similares ao do primeiro empréstimo fechado para socorrer as distribuidoras mais cedo neste ano, no valor de 11,2 bilhões de reais, e as taxas de juros estão sendo negociadas.
No novo empréstimo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entrará com 3 bilhões de reais, enquanto os 3,5 bilhões de reais restantes virão, por enquanto, de Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Santander Brasil, disse a fonte.
O governo negocia ainda a inclusão do Itaú Unibanco no grupo de bancos e a expectativa é que a estruturação do novo empréstimo ao setor elétrico seja concluída na primeira metade de agosto, acrescentou a fonte.
O socorro às distribuidoras está sendo necessário devido ao acionamento de térmicas, que têm custo maior de geração de eletricidade, diante do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas neste ano. Para atender à demanda, as distribuidoras estão tendo que comprar energia no mercado de curto prazo, cujo preço disparou devido à estiagem.
Em abril, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) assinou o empréstimo de 11,2 bilhões de reais com um pool de 10 bancos para repassar o dinheiro às distribuidoras, que estão com o caixa penalizado pela compra de energia cara diante do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. O primeiro financiamento foi concedido por um grupo de 10 bancos e não teve a participação do BNDES.
O dinheiro do primeiro empréstimo, porém, terminou em junho, quando foram liquidados os contratos de curto prazo de energia de abril.
Sem a definição do novo empréstimo, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou até 28 de agosto o prazo para liquidação das despesas das distribuidoras com operações de maio do mercado de curto prazo não cobertas pela tarifa.
Santander e Bradesco não puderam comentar as informações de imediato.