Investing.com - As ações do Bradesco (SA:BBDC4)operam com forte queda nesta quinta-feira, figurando entre as maiores perdas do Ibovespa depois do banco anunciar lucro recorrente de R$ 6,542 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 19,6% em relação ao ano anterior e praticamente em linha com a estimativa dos analistas de 6,417 bilhões de reais, compilada pela Refinitiv.
Mesmo assim, por volta das 11h34, os ativos recuavam 4,44% a R$ 32,74. A queda reflete aumento na inadimplência na carteira do banco e desagrado dos especialistas com alguns fundamentos.
Balanço
A carteira de crédito do Bradesco (SA:BBDC4) cresceu 3,2% no trimestre ante o período anterior, principalmente por conta de empréstimos ao consumidor e a pequenas empresas.
O índice de inadimplência acima de 90 dias também subiu 0,4 ponto percentual, para 3,6%, mas o banco diz que a alta se deu por problemas pontuais com empréstimos corporativos.
As provisões para perdas com empréstimos também aumentaram 4,3% em relação ao segundo trimestre.
Ainda assim, o resultado da intermediação financeira atingiu 11,437 bilhões de reais.
O retorno sobre o patrimônio líquido do banco ficou em 20,2%, uma queda de 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.
A Bradesco (SA:BBDC4) Seguros, unidade de seguros do banco, registrou um resultado 7,5% maior em relação ao ano anterior, impulsionado pelos planos de previdência.
Avaliação
Para a XP Investimentos, apesar do lucro do banco ter ficado dentro do esperado pelo mercado, alguns fundamentos não agradaram. Na visão dos analistas, o resultado foi impulsionado principalmente por menores despesas com provisão e uma menor alíquota efetiva de impostos. A questão é que são pontos que não vão se manter no longo prazo, principalmente com a alta de CSLL no ano que vem.
“A margem financeira com clientes desapontou, com um crescimento tímido de 5% anualmente para R$ 12,5 bilhões, mesmo com os esforços do Bradesco (SA:BBDC4) em mudar o mix da carteira de crédito para pessoas físicas e pequenas empresas. Apesar de esperado, as receitas de serviços também apresentaram um fraco crescimento de 3,7% anualmente para R$ 8,4 bilhões. Por fim, o segmento de seguros e capitalização reportou seu pior resultado do ano, com baixa de 3% no trimestre para R$3,5 bilhões. No acumulado de 12 meses, seguros cresceram 7% (versus crescimento de 12% no segundo trimestre e de 22% no primeiro trimestre)”, informa o relatório da XP enviado a clientes.
Com Reuters