Por Andrew Gray e Sabine Siebold
BRUXELAS (Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, apresentou seu "plano de vitória" aos líderes europeus na quinta-feira, pedindo que apoiem seu pedido por um convite imediato para ingressar na Otan, a fim de dar um golpe "decisivo" no líder russo Vladimir Putin.
Dirigindo-se aos líderes dos 27 países membros da União Europeia em uma cúpula em Bruxelas, Zelenskiy também solicitou mais ajuda militar para a luta da Ucrânia contra a invasão russa.
"Um convite imediato para a Ucrânia se juntar à Otan seria decisivo. Putin precisa ver que seus cálculos geopolíticos não valem nada", disse Zelenskiy aos líderes dos países da UE, a maioria dos quais também é membro da Otan.
"Putin precisa respeitar nossa força, e não fazer com que o mundo livre trema diante de suas ameaças", afirmou Zelenskiy.
Putin citou a possível adesão da Ucrânia à Otan como motivo para a invasão.
O plano de cinco pontos de Zelenskiy chega em um momento crítico da guerra, quando as forças de Moscou avançam no leste, um inverno sombrio de cortes de energia se aproxima e a eleição presidencial dos EUA lança incertezas sobre o futuro do apoio ocidental.
Mas não havia sinal imediato de que os aliados mais poderosos de Kiev estivessem prontos para apoiar os elementos mais sensíveis do plano - como um convite da Otan - mesmo em meio a promessas de apoio contínuo à Ucrânia.
Questionado sobre o plano ao chegar à cúpula, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse: "Vocês conhecem a posição da Alemanha sobre as questões envolvidas. Isso não mudará".
Na sede da Otan, que Zelenskiy visitaria no final do dia, o secretário-geral Mark Rutte reiterou a promessa da aliança de que "a Ucrânia será um membro da Otan no futuro", mas não soube dizer quando.
"A pergunta é sobre o cronograma... não posso responder agora, neste momento", disse ele aos repórteres no início de uma reunião de dois dias dos ministros da Defesa da Otan.
Rutte afirmou que os 32 membros da Otan terão que estudar o plano em detalhes. Muito dependerá de sua potência predominante, os Estados Unidos, que até agora não demonstraram disposição para fazer um convite imediato à Ucrânia.
A Rússia criticou o plano de Zelenskiy na quarta-feira, dizendo que ele estava tentando empurrar a Otan para um conflito direto com Moscou.
(Reportagem adicional de Lili Bayer (ETR:BAYGN), John Irish, Yuliia Dysa e Anastasiia Malenko)