Montevidéu, 13 ago (EFE).- O chanceler do Uruguai, Luis Almagro, afirmou nesta terça-feira que o Mercosul "como mercado único ainda é uma ficção na qual falta concretização e arredondar as reformas comerciais e macroeconômicas necessárias" para se tornar real.
Durante participação no almoço "Integração pelo desenvolvimento", organizado pelo centro de estudos Proposta Uruguai 2030, com o secretário-geral ibero-americano Enrique Iglesias, Almagro defendeu as "duplas e triplas integrações" dos países do bloco.
"A Venezuela é membro da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) e do Mercosul, o Equador é membro de Alba e da Comunidade Andina e também quer pertencer ao Mercosul", lembrou o ministro.
Almagro ressaltou que "esse entrecruzamento de duplos e triplos pertencimentos indicam a convergência do futuro da integração latino-americana".
O chanceler uruguaio insistiu que cada processo bilateral com outros organismos regionais "deve ter o sinal verde de todos os outros países" membros do Mercosul e pediu o fortalecimento das relações bilaterais dentro do próprio Mercosul, porque "servirá para uma melhor integração dos demais processos integradores da América Latina".
Nos últimos meses, o Uruguai expressou publicamente sua intenção de se aproximar da Aliança do Pacífico, organização formada por Chile, México, Colômbia e Peru.
Essa aproximação foi criticada pelos parceiros do Mercosul durante a cúpula do mês passado em Montevidéu, na qual a presidente argentina, Cristina Kirchner, pediu "não se deixarem levar por cantos de sereia que só pretendem romper a unidade do bloco comercial".
As afirmações de Almagro coincidiram com declarações do presidente José Mujica veiculadas em seu programa semanal de rádio, nas quais apoiou o Brasil na intenção de acelerar as negociações para alcançar um acordo de livre-comércio com a União Europeia (UE).
"Temos decidido acompanhar o Brasil nas negociações com a UE porque essa é uma variável que temos que continuar e cuidar do perigo de ter todos os interesses na mesma cesta", afirmou o presidente. EFE