Caracas, 24 jun (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou neste domingo que retirará seu embaixador do Paraguai e suspenderá o envio de petróleo para o país em represália ao impeachment de Fernando Lugo, que classificou como "golpe de Estado".
"Retiramos o embaixador, não reconhecemos esse governo (de Federico Franco), e também vamos retirar o envio de petróleo", afirmou Chávez num discurso realizado durante um ato militar transmitido em cadeia obrigatória de rádio e televisão.
O presidente afirmou, em discurso por ocasião do 191º aniversário da batalha de Carabobo, que selou a independência do país da coroa espanhola, que o embaixador "amanhã mesmo" retornará para a Venezuela.
"Nós não vamos apoiar para nada esse golpe de Estado, nem direta, nem indiretamente", disse o chefe de Estado, que lamentou "muito" suspender o envio de petróleo.
O governante venezuelano afirmou que a provisão de petróleo está prevista no "Acordo Energético de Caracas" e que o Paraguai se incorporou a ele por meio de Lugo.
Na sexta-feira, Lugo foi destituído de seu cargo pelo Senado de seu país, que o considerou culpado por mau desempenho de suas funções.
Chávez questionou a rapidez do julgamento do ex-governante e o classificou de "ilegal" e "inconstitucional", ao mesmo tempo em que disse que para a Venezuela Fernando Lugo continua sendo presidente do Paraguai. O ex-vice-presidente, Federico Franco, assumiu o cargo de Lugo.
O presidente da Venezuela criticou Franco e disse que ele é um "usurpador", que o usa como desculpa ao afirmar que o Paraguai foi salvo de se tornar um "satélite chavista".
"O mesmo que disseram quando derrubaram Zelaya", afirmou ao se referir ao golpe de Estado que em junho de 2009 tirou do poder o então presidente hondurenho, Manuel Zelaya.
"São os mesmos que transformaram o Paraguai em uma colônia ianque durante muitos anos e apoiaram ditaduras, massacres, torturas e desaparecimentos. São os mesmos, a burguesia paraguaia", acrescentou.
Com o anúncio de Chávez, a Venezuela se uniu à Argentina, que também retirou seus embaixadores de Assunção. EFE
lb/dk