A queda externa em meio à espera pela decisão de juros nos Estados Unidos, a expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e novos sinais de desaceleração da China pesam no Ibovespa no primeiro dia útil de fevereiro. Aqui, ainda fica no radar a eleição no Congresso. Após o resultado da disputa à presidência na Câmara e no Senado, o governo espera definir a reforma tributária, bastante aguardada pelo mercado.
Na seara corporativa, os dados de produção da Vale no quarto trimestre do quarto trimestre também ficam no centro das atenções. O minério de ferro caiu 0,69% em Dalian. As ações da companhia cedem, puxando todo os setor no Ibovespa.
A produção da Vale de minério de ferro atingiu 80,852 MT no quarto trimestre do ano passado, queda de 1% sobre igual período do ano anterior. Na margem, houve recuo de 9,9%, na comparação com o terceiro trimestre, quando a produção foi de 89,701 MT. No ano de 2022, o volume somou 307,793 MT, recuo de 1%. A produção do ano ficou um pouco abaixo do previsto no guidance, 310 mt.
"A tendência hoje é o Ibovespa ficar deprimido por conta das decisões de juros aqui e nos Estados Unidos. O foco maior ficará nas sinalizações em ambos os casos", diz Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos. "Aqui, Vale pesa pois tem participação grande no índice após dados fracos da China mostrando ritmo mais lento da atividade além de dados de produção da empresa. É uma realização depois de subir acumula cerca de 18% de alta em um ano", completa Mota.
Os sinais no exterior são divergentes. Há queda no pré-mercado dos EUA e no minério de ferro, em Dalian, instabilidade do petróleo e alta das bolsas europeias. Os mercados refletem uma série de PMIs na Europa e na China, que ficaram abaixo de 50, indicando fraqueza da atividade, além da expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
Mais ainda, os investidores esperam as avaliações do presidente do Fed, Jerome Powell (15h30), na tentativa de buscarem sinais dos próximos passos dos juros, que devem subir 0,25 ponto porcentual hoje, menos do que a alta de meio ponto passada. "Uma mensagem muito dura pode causar efeitos negativos nos ativos de risco", avalia em nota a MCM Consultores.
Pela manhã, saiu a pesquisa ADP sobre o mercado de trabalho privado, mostrando criação de 106 mil empregos em janeiro, ante projeção de geração de 190 mil postos de trabalho.
No Brasil, as atenções dos investidores também se concentram no comunicado do Copom, dado que é unânime a expectativa de manutenção da Selic em 13,75% ao ano nesta quarta-feira. "A expectativa também gira em torno da mensagem dos seus diretores tendo em vista o aumento das incertezas econômica e a elevação das expectativa de inflação", conforme a MCM.
Por aqui, o foco ainda deve ficar nas eleições para o comando das casas legislativas, em especial no Senado, onde a disputa está acirrada, observa o economista da Tendências.
Às 11h22, o Ibovespa cedia 0,89%, aos 112.457,85 pontos, após subir 0,15%, na máxima aos 113.597,64 pontos, e mínima aos 112.364,56 pontos (-0,94%). Vale ON (BVMF:VALE3) caía 2,33%.