Tóquio, 2 ago (EFE).- O governo do Japão decidiu nesta sexta-feira retirar a Coreia do Sul da sua lista de parceiros comerciais preferenciais diante da suspeita de que Seul não aplica medidas de segurança suficiente no setor tecnológico, o que representa mais um passo na disputa entre ambos os países.
A medida foi aprovada hoje pelo gabinete de governo de Shinzo Abe, e amplia as limitações que Tóquio aplica desde o começo de julho passado aos materiais químicos básicos comprados pelas companhias sul-coreanas para fabricar telas e chips de memória.
Tóquio diz que estas restrições se devem a que Seul não é capaz de garantir que tais materiais terminem sendo utilizados com fins militares por outros países, enquanto a Coreia do Sul as considera uma represália do Japão por causa de uma disputa que tem suas origens na colonização japonesa do país vizinho entre 1910 e 1945.
A decisão de Japão foi tomada depois que os chanceleres de ambos os países tentaram sem sucesso resolver suas diferenças durante um encontro realizado na véspera em Bangcoc, e entrará em vigor no próximo dia 28 de agosto, segundo anunciou o ministro japonês de Comércio, Hiroshige Seito, em entrevista coletiva.
Na prática, vai representar que a Coreia do Sul deixa de ter acesso a procedimentos simplificados para a compra de materiais e tecnologia de origem japonesa suscetíveis de uso militar, um status do qual desfrutava desde 2004 junto com um grupo de outros 26 países, entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Argentina, Alemanha e Austrália.