Por Senad Karaahmetovic
O S&P 500 fechou a semana passada com uma alta de 5,9%, sua melhor semana desde junho deste ano. O relatório de inflação mais brando do que o esperado promoveu a alta dos mercados acionários, diante da esperança de que o Fed mudará de postura em breve.
O atual rali, que viu o S&P 500 atingir 4000 pontos pela primeira vez em dois meses, deve continuar até pelo menos 4100 pontos, de acordo com os estrategistas do Morgan Stanley (NYSE:MS). Por outro lado, alguns estrategistas veem a oportunidade de aproveitar o rali para vender, na crença de que os mercados ainda não atingiram o fundo.
Analistas do banco Berenberg novamente reiteraram sua visão de que “é cedo demais para ficar otimista”. Eles citam um ambiente macro difícil, em que as economistas ocidentais devem enfrentar recessões em 2023.
“Ainda acreditamos que estamos em um bear market (mercado de baixa) e que os investidores devem aproveitar os ralis para vender”, disseram em nota aos clientes.
Os analistas também alertaram que os aspectos técnicos “não dão mais suporte nos níveis atuais”. Diversos indicadores técnicos emitiram sinais de compra no fim de setembro e no início de outubro. No entanto, é importante lembrar que o S&P 500 já disparou 15% desde as mínimas.
“Os investidores precisarão de um progresso real no cenário macro e nos fundamentos para esperar um rali mais significativo”, acrescentaram.
Como ressaltou o principal estrategista do Morgan Stanley, a próxima pernada de baixa deve ser impulsionada por uma redefinição das expectativas de lucros e margens no próximo trimestre.
“Vários sinais macro sugerem que é cedo demais para comprar ações – essa é a mensagem clara dos PMIs industriais e da utilização da capacidade nos EUA. Não vale a pena os investidores serem muito agressivos para se adiantar ao fim da recessão; nossos economistas ainda acreditam que haverá uma recessão nas economias ocidentais em 2023”, concluíram os analistas do Berenberg.