Brasília, 7 set (EFE).- Dezenas de manifestantes que tentavam chegar neste sábado ao estádio Nacional Mané Garrincha, onde daqui a pouco acontece o amistoso entre Brasil e Austrália, se enfrentaram hoje com a polícia, que dispersou os manifestantes com cavalos, cães e gás lacrimogêneo.
As manifestações ocorrem durante a série de protestos em quase todo o país por causa do feriado da Independência, com picos de violência no Rio de Janeiro, onde pelo menos 12 pessoas ficaram feridas sem gravidade, e Brasília, onde duas pessoas ficaram feridas em conflitos nas imediações do estádio.
Centenas de manifestantes burlaram um forte cerco policial de cerca de dois mil agentes que protegiam o desfile no Rio. Eles conseguiram ocupar durante alguns minutos uma das pistas da avenida Presidente Vargas enquanto em outra os soldados marchavam no desfile sem problemas.
A polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo e dispersou os manifestantes, que correram para as ruas vizinhas, enquanto boa parte do público que assistia ao desfile abandonou a celebração.
Em outro ponto do Rio alguns manifestantes retiraram as bandeiras do Brasil e do estado do monumento a Zumbi. Elas foram queimadas e substituídas por bandeiras negras.
Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas por balas de borracha ou por objetos lançados durante o tumulto, segundo as autoridades do estado, nenhuma em estado grave.
Em Fortaleza e Curitiba dezenas de manifestantes foram detidos por carregar máscaras anti-gás e bombas caseiras, segundo a polícia de cada estado.
Em Brasília, outro grupo também tentou invadir a sede da TV "Globo" e quebrou vitrines de uma concessionária de automóveis, segundo a imprensa local. Eles foram dispersos pela polícia com gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
O desfile de 7 de setembro na capital federal foi liderado pela presidente Dilma sem incidentes e em meio a aplausos tímidos do público e algumas vaias.
Em São Paulo aconteceu a 19ª edição do "Grito dos Excluídos" com o lema "Juventude que ousa lutar constrói Projeto Popular". E centenas de manifestantes se reuniram em outra passeata na Avenida Paulista.EFE
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