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Copom tende a gerar ajuste de alta nos juros futuros curtos e médios, dizem analistas

Publicado 03.05.2023, 20:46
Atualizado 03.05.2023, 20:50
© Reuters. Notas de 200 reais 
02/09/2020
REUTERS/Adriano Machado
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Por Fabrício de Castro

SÃO PAULO, 3 Mai (Reuters) - As taxas dos contratos futuros de juros tendem a passar por ajustes de alta na quinta-feira, em especial entre os vencimentos com prazos curtos e médios, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, avaliaram profissionais ouvidos pela Reuters.

Nesta noite de quarta-feira, o colegiado manteve a taxa básica Selic em 13,75% ao ano e divulgou um comunicado que gerou dúvidas entre economistas do mercado financeiro. Enquanto alguns avaliaram que o tom do documento foi mais brando (ou dovish, na linguagem do mercado), outros enxergaram um discurso ainda duro (ou hawkish).

Entre as diferentes avaliações, no entanto, a percepção era de que o comunicado deixou pouca ou nenhuma margem para que o início do ciclo de corte de juros ocorra já no próximo encontro do Copom, marcado para junho.

“Tinha uma leitura anterior de que havia chance de a taxa começar a cair em junho. Depois deste comunicado com linguagem mais dura, a chance de junho diminuiu muito. É praticamente zero”, resumiu o economista-chefe da Órama, Alexandre Espirito Santo.

No comunicado, o Copom voltou a pontuar que poderá retomar o ciclo de alta da Selic caso o processo de desinflação não ocorra como esperado. No entanto, o colegiado acrescentou uma frase ressaltando que este é o “cenário menos provável”.

Ao qualificar a possibilidade de novas altas de juros como “menos provável”, o Copom de certo modo amenizou seu discurso, na visão de alguns economistas.

“O Copom aliviou um pouco o tom do comunicado, vindo um pouco mais dovish do que esperávamos, por dois motivos: ter mantido inalteradas as expectativas de inflação, com revisão para baixo no cenário alternativo; e ter qualificado o cenário de possível retomada do ciclo de alta como menos provável”, escreveu João Savignon, head de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital.

Espirito Santo, no entanto, defendeu que se a intenção fosse de fato escrever um comunicado mais dovish, o BC teria retirado todo o trecho sobre a possibilidade de alta da Selic.

Foi isso o que fez, por exemplo, o Federal Reserve em seu comunicado da tarde desta quarta-feira, ao excluir trecho que citava “endurecimento adicional” da política monetária.

Para o economista-chefe da Órama, como as taxas dos contratos futuros para 2025 e 2026 cederam nesta quarta-feira sob influência do exterior --respectivamente, 9 e 13 pontos-base-- há espaço para ajustes de alta na quinta-feira, em reação ao Copom.

“Pode ser que devolva um pouco da queda. Mas não vejo nada significativo, porque parte importante do mercado já vinha esperando pelo discurso duro que veio no comunicado”, ressaltou.

Para o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, o comunicado foi “bem duro” e não deu qualquer sinal de relaxamento monetário no curto prazo.

Goldenstein lembra que o Copom manteve no documento o fiscal como um risco altista para a inflação, ao mesmo tempo em que não incluiu a forte queda recente do dólar como um risco baixista.

O profissional pontuou ainda que o colegiado, no documento, não citou a eliminação do risco de cauda com a apresentação do projeto do novo arcabouço fiscal ao Congresso.

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“O comunicado apontou que o controle da inflação ‘demanda paciência e serenidade’. Isso é um recado claro de que o BC não está disposto a flexibilizar a política monetária no curto prazo”, disse Goldenstein. “Em nenhum momento ele dá sinais de que poderia, atendidas certas condições, iniciar o ciclo de relaxamento nas próximas reuniões.”

Em função deste tom hawkish, Goldenstein afirma que a parte curta e intermediária da curva a termo pode ter alguma pressão de alta na sessão desta quinta-feira. A expectativa é de que haja um movimento de flattening (achatamento), com alta na parte curta na abertura do mercado.

No caso do câmbio, a decisão e o comunicado do Copom seriam, na margem, um fator para a apreciação do real (queda do dólar). “Mas não acho que vá afetar significantemente o câmbio. A moeda deve seguir acompanhando mais o cenário externo”, avaliou.

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